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Poupança supera inflação e renda fixa amplia vantagem com Selic a 13,75%

Expectativa de desaceleração nos preços melhora desempenho de investimentos tradicionais

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São Paulo

O retorno da renda fixa aumentou com a manutenção da Selic, a taxa básica de juros da economia, graças à expectativa de desaceleração da inflação do país, segundo levantamento do buscador financeiro Yubb. A reboque do bom momento para esse tipo de aplicação, a poupança ampliou ligeiramente sua vantagem com a perspectiva de o custo de vida subir em um ritmo menor.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central divulgou nesta quarta-feira (26) sua decisão de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, como era amplamente esperado pelo mercado.

Com um rendimento de 6,17% ao ano, o investimento mais popular entre os brasileiros passa a ter uma expectativa de ganho um pouco superior a meio ponto percentual sobre uma inflação de 2022, prevista para fechar o ano na casa de 5,6%, segundo a pesquisa Focus publicada pelo Banco Central nesta segunda-feira (24).

Pedestre diante da sede do Banco Central, em Brasília
Pedestre diante da sede do Banco Central, em Brasília - Ueslei Marcelino - 22.set.2022/Reuters

No levantamento anterior, quando a Selic também havia sido mantida no atual patamar, o ganho real anual estimado para a caderneta era de apenas 0,16%. Na ocasião, a perspectiva de inflação para este ano era um pouco mais alta, de 6%. Em agosto, o retorno havia ficado negativo de 0,91%.

A regra para a remuneração da poupança permanece igual. A correção é de 0,5% ao mês sempre que a Selic está acima de 8,5% ao ano, como agora. Quando a taxa básica é de até 8,5%, o rendimento equivale a 70% da Selic.

Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb, alerta de que, apesar do momento mais favorável à poupança, esse investimento entrega historicamente um retorno inferior à inflação. Por isso, manter o dinheiro na caderneta, no longo prazo, é desvantajoso quando o poupador compara com outras aplicações de fácil acesso.

"Apesar de ter superado a inflação nos últimos meses, vemos historicamente que a poupança remunera abaixo da inflação. Em outras palavras, historicamente, a inflação não recompõe o poder de compra do investidor, razão pela qual é uma alternativa ruim para se investir", diz Pascowitch.

"Existem inúmeros outros investimentos e alternativas tão seguras quanto, mas muito mais rentáveis do que a poupança. Nesse sentido, o investidor precisa buscar e comparar as possibilidades de investimento em renda fixa", aconselha.

Após completar dois anos de perdas, a caderneta de poupança voltou a render acima da inflação e registrou rentabilidade real de 0,02% positivos nos 12 meses encerrados em setembro, segundo levantamento elaborado pelo TradeMap.

Pascowitch destaca que, apesar da tendência de queda da inflação, fatores que pressionam os preços seguem presentes. Ele cita a Guerra da Ucrânia e a política rigorosa de combate à Covid na China entre as principais ameaças inflacionárias.

Na comparação feita pela Yubb, todas as aplicações avaliadas, como os CDBs e as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) oferecem os melhores retornos mais vantajosos do que a poupança.

De acordo com o levantamento, as debêntures incentivadas são, neste momento, a opção mais rentável. O retorno é de 9,4% após o desconto da inflação.

É preciso destacar, porém, que esta é uma aplicação com um risco superior às demais listadas na comparação.

Quem compra esse ativo está emprestando dinheiro para empresas que executam grandes obras de infraestrutura de interesse do país. É a razão pela qual há o incentivo da isenção do Imposto de Renda. O risco está relacionado, portanto, à solidez da companhia que fez a captação de dinheiro no mercado.

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