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PT articula encontro com economistas tucanos e ciristas

Legenda busca nomes como Edmar Bacha, Pedro Malan, Nelson Marconi e Mauro Benevides

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Brasília

O PT está ampliando as conversas com economistas de outras correntes. A proposta é não apenas reunir sugestões, mas buscar a organização de um encontro com o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além de nomes do partido, a lista em discussão internamente inclui Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real, sócio fundador do instituto Casa das Garças, no Rio de Janeiro, e Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso.

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O economista Edmar Bacha - Zanone Fraissat/Folhapress

Já estão em curso conversas para conseguir apoio dos economistas Nelson Marconi e Mauro Benevides, ligados à campanha do Ciro Gomes (PDT). Também estão no radar as economistas da campanha de Simone Tebet (MDB), entre elas a coordenadora do programa nessa área, Elena Landau, caso se consiga fechar algum acordo com a emedebista.

O economista Arminio Fraga, ex-presidente do BC (Banco Central) e colunista da Folha, confirmou nesta terça-feira (4) que foi convidado a participar de um encontro com os petistas e disse que aceitou.

Já ocorreram reuniões com os economistas André Lara Rezende, que declarou voto em Lula ainda no primeiro turno, e Persio Arida, que, em 2018, coordenou o plano econômico do então presidenciável Geraldo Alckmin (PSB), hoje vice na chapa de Lula.

Bacha, Malan, Landau, Fraga, Arida e Lara Rezende foram alinhados ao PSDB, sigla que historicamente polarizou com o PT e com a qual, agora, o partido negocia apoio no segundo turno. Desde o final dos anos de 1990, os dois partidos já tentaram alianças, mas as rivalidades e as diferenças nas agendas, especialmente na economia, impediram acordos maiores. Nas disputas presidenciais, os embates foram muitos e vigorosos.

Bacha deu contribuições macroeconômicas para o programa de governo de Tebet a convite de Landau. Procurados pela reportagem, ambos disseram que avaliarão eventuais convites para dialogar.

A propostas dos ciristas Marconi e Benevides dialogam com parte da política econômica do PT. Desenvolvimentismo e industrialização são exemplos.

Nesta terça-feira (4), o presidente da legenda anunciou apoio irrestrito a Lula. Minutos depois Ciro divulgou um vídeo nas redes afirmando que seguiu a orientação do partido.

Marconi disse à Folha, por mensagem de WhatsApp, que também vai seguir a orientação das lideranças de seu partido.

"Entendo que essa é a única opção frente à barbárie bolsonarista", afirmou. "Ainda que discorde de diversos pontos programáticos e da prática adotada durante a campanha petista, esta é a única opção neste momento para o país prosseguir de forma civilizada e não se perder definitivamente enquanto nação."

Marconi afirmou ainda que esperar coerência programática do PT. "Cobraremos o apoio às nossas propostas e serei um observador crítico no futuro , buscando sempre o melhor para o país", afirmou

A Folha mostrou nesta segunda que, na negociação com o PDT, os petistas vão incorporar três propostas de Ciro Gomes: o programa que prevê zerar dívidas do SPC, o plano de renda mínima e um projeto de educação em tempo integral.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o aceno de Arminio Fraga ao PT é "importante", pois mostra "respeito e consideração" e, principalmente, "vem no bojo de defender a democracia".

No entanto, disse não saber quais seriam os acenos que o PT poderia dar ao mercado financeiro, quando foi questionada por jornalistas sobre a questão, após participar do ato de campanha nesta terça.

"Não vejo que aceno nós poderíamos fazer nesse sentido. Tanto o mercado como o setor empresarial sabem o que o Lula pensa", afirmou

"Temos feito conversas com o empresariado, com gente do mercado, falando como a gente está pensando em fazer as coisas. Não tem surpresa em relação ao que a gente pensa. Nem como a gente trata as finanças públicas com responsabilidade, nem sobre o programa que a gente tem para o desenvolvimento social do país."

Colaborou Victoria Azevedo.

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