Descrição de chapéu Pix

Uso de saques com celular avança e já movimenta mais de R$ 7 bilhões

Avanço de fintechs e de benefícios sociais estimulam uso do modelo

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São Paulo

O uso de saques digitais, feitos sem uso de cartão, vem crescendo nos últimos meses, segundo dados da Tecban. A empresa, que administra caixas da rede Banco24Horas, aponta que o modalidade, lançada em 2019, já teve mais de 34 milhões de transações, que movimentaram R$ 7,8 bilhões.

Só neste ano, de janeiro a agosto, foram 4,2 milhões de saques, que movimentaram R$ 1 bilhão.

No saque digital, para liberar a transação, o cliente pode mostrar um QR code gerado via aplicativo ou digitar um código fornecido pelo celular.

Cliente pode usar celular para liberar saque em caixa eletrônico
Cliente pode usar celular para liberar saque em caixa eletrônico - Divulgação

O modelo de saque sem cartão é estimulado por dois movimentos. De um lado, novas empresas financeiras, as fintechs, oferecem serviços bancários e usam a ferramenta para garantir aos clientes o acesso a saques, sem precisarem emitir cartões ou possuírem postos de atendimento.

De outro, vários auxílios sociais passaram a ser pagos desta maneira, por meio de aplicativos ou envio de códigos aos celulares. Isso faz com que o benefício seja entregue de modo mais ágil. Além do Auxílio Brasil, que pode ser sacado por meio do app Caixa Tem, o modelo vem sendo usado para repassar dinheiro em programas como auxílio merenda e vale gás

Além do saque digital em caixas eletrônicos, há também o modelo de totens no comércio. Nele, o cliente usa um terminal de autoatendimento para confirmar sua identidade e liberar o saque. Em seguida, gera um código e pega o dinheiro no caixa do estabelecimento, como supermercados e farmácias.

"O estabelecimento fica com menos dinheiro no caixa, e o modelo ajuda a atender lugares onde não há serviço de transporte de valores", comenta Marcos Pedroso, gerente de parcerias da Tecban.

O Pix tem também uma modalidade de saque, voltada ao uso no comércio e lançada em novembro de 2021. Neste modelo, o cliente faz uma transferência para o lojista, usando Pix, e em seguida recebe o valor em espécie. Em julho deste ano, foram feitas 267 milhões de operações com o Pix Saque, segundo o Banco Central.

O volume de transações da modalidade, 34 milhões, é pequeno frente ao total de saques feitos no Brasil, estimado pela Febraban em 2,5 bilhões em todo o ano de 2021. E menor que o uso de cheque. No primeiro semestre de 2022, 120 milhões de folhas de foram compensadas.

Apesar disso, a tendência é de alta. Nos últimos anos, o volume de transações bancárias vêm crescendo, especialmente por meio digital. Com isso, o uso dos caixas eletrônicos cai. Em 2017, houve 5,9 bilhões de transações nos caixas, segundo dados da Febraban. Em 2021, foram 3 bilhões. O volume de saques também diminui: foram 2,6 bilhões em 2019, e 2,5 bilhões em 2021.

A adoção do Pix também ajuda a reduzir a circulação de notas. "Em agosto, tivemos 2,2 bilhões de transações no Pix. Estimamos que 2 bilhões delas teriam sido feitas em dinheiro vivo, caso não existisse o Pix", diz Leandro Vilain, diretor de Inovação da Febraban.

"No Brasil, 70% das transações financeiras já são digitais. E as pessoas que incorporam o uso de tecnologias geralmente acabam não voltando ao que usavam antes", prossegue Vilain.

Apesar do avanço dos canais digitais, a aposta no setor é que o uso de dinheiro, assim como o de cartões, ainda deve seguir presente. "Todo mundo dizia que a internet ia substituir a TV, que a TV ia acabar com o rádio, mas o rádio está aí até hoje", avalia Pedroso.

Para evitar fraudes, cada fintech ou banco cria modos para garantir a segurança da transação digital. No entanto, há riscos no mundo físico, como o de a pessoa ser coagida a fazer um saque por ladrões, ter seu celular invadido ou cair em golpes, como aquele em que o bandido diz ser um amigo que mudou de número e precisa de dinheiro.

Outro erro ainda comum é anotar as senhas em papéis guardados na carteira ou em outro aplicativo do mesmo celular, o que gera o risco de os dados serem descobertos.

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