Líder do governo Bolsonaro, ministro da Infraestrutura e Tereza Cristina pedem liberação de estradas

'Vamos seguir a vida', disse o deputado federal Ricardo Barros a manifestantes que pedem golpe

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Brasília

Após o pronunciamento de Jair Bolsonaro (PL) sobre os atos antidemocráticos contra o resultado das eleições, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), pediu que manifestantes bolsonaristas desbloqueiem as estradas.

"Vamos em frente, liberem a rodovia e vamos seguir a vida, porque daqui a quatro anos teremos eleição de novo", afirmou Barros nesta terça-feira (1º), por meio das redes sociais. Ele se dirigiu aos manifestantes que interditam uma rodovia em Maringá (PR).

Em seu pronunciamento, Bolsonaro não falou diretamente sobre a derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —o que fez com que os manifestantes expressassem a intenção de manter os bloqueios.

Bloqueio na rodovia Raposo Tavares, em São Paulo, pedindo um golpe após o resultado das eleições
Bloqueio na rodovia Raposo Tavares, em São Paulo, pedindo um golpe após o resultado das eleições - Bruno Santos/Folhapress

"Foi um discurso muito bom, [o presidente] disse o que a gente precisava ouvir. Vamos permanecer", disse Bruno Santos, em um ato na rodovia Castelo Branco (SP).

Em seu pronunciamento, Bolsonaro quebrou um silêncio de 45 horas após o resultado do segundo turno e, apesar de dizer que interromper o direito de ir e vir é uma prática da esquerda que deve ser condenada, afirmou que os protestos são motivados por um sentimento de indignação e injustiça com a eleição na qual foi derrotado.

"Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral." O presidente disse que manifestações pacíficas são bem-vindas, mas condenou o cerceamento do direito de ir e vir.

A ex-ministra e senadora eleita, Tereza Cristina (PL-MS), também foi às redes sociais dizer que respeita o direito à manifestação, mas que "a interdição de rodovias prejudica a economia do Brasil" e, em especial, o agronegócio.

Marcelo Sampaio, ministro da Infraestrutura, solicitou aos manifestantes apoio para a circulação de medicamentos, insumos, bens e combustíveis. "Além de assegurar o direito de ir e vir de nossa população, é fundamental manter o funcionamento de serviços essenciais e o transporte rodoviário de cargas, de forma que não haja qualquer tipo de desabastecimento em nosso país", afirmou em nota publicada nesta terça.

Após decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes desta terça-feira, as polícias militares dos estados começaram a atuar na desobstrução de rodovias bloqueadas por manifestantes bolsonaristas.

Os bloqueios começaram na madrugada de domingo (30) para segunda (31), em protesto contra a vitória de Lula nas eleições. As interdições já afetam ou ameaçam afetar supermercados, aeroportos, o setor hospitalar postos de combustíveis, além de, claro, as viagens.

A Polícia Federal Rodoviária (PRF) registrou 235 pontos de bloqueios e interdições na manhã desta terça-feira em 20 estados e no Distrito Federal.

A PRF atua desde segunda no caso. Vídeos mostram, no entanto, agentes sendo coniventes com os manifestantes e não atuando para liberar as vias.

Em São Paulo, a Tropa de Choque foi acionada para desbloquear o trânsito nas estradas. Ainda nas redes sociais, também circulam vídeos de bolsonaristas sendo expulsos por outras pessoas.

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