Manifestantes antidemocráticos adotam 'estratégia ioiô' na Castelo Branco

Tropa de Choque monitora protesto e aguarda a liberação de uma segunda faixa

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São Paulo

Policiais da Tropa de Choque monitoram nesta terça-feira (1º) a manifestação antidemocrática no km 26 da rodovia Castelo Branco, em Barueri (SP), onde aguardam a liberação de uma segunda faixa para o tráfego.

Cerca de 400 pessoas permanecem no local. A liderança do movimento já concordou em liberar a segunda faixa, o que ainda não ocorreu.

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Policiais da Tropa de Choque monitoram apoiadores de Bolsonaro em ato antidemocrático - Eduardo Knapp/Folhapress

Ainda no fim da tarde, a presença de crianças no protesto golpista fez a Polícia Militar Rodoviária de São Paulo mudar de estratégia. Acompanhadas dos pais, muitas estão logo no início do bloqueio, em frente ao local em que as câmeras de TV estão posicionadas. Algumas usam apitos e vestem-se com a bandeira do Brasil.

Durante as negociações, manifestantes apontaram a presença das crianças e de idosos no local.

Segundo apurou a reportagem, a liderança do movimento tem adotado uma "estratégia ioiô". Na presença da Tropa de Choque, parte dos manifestantes se dispersa e faixas são liberadas para evitar confronto. Depois, sem os policiais, a orientação é bloquear novamente mais pistas.

A Castelo tem pontos de bloqueio desde segunda (31). No fim da manhã desta terça, os policiais receberam uma determinação de desobstrução do ato em Barueri. Por volta de 12h30, a Tropa de Choque foi acionada. Houve uso de bala de borracha e gás lacrimogêneo e os manifestantes se dispersaram. No entanto, eles voltaram a se concentrar poucos metros à frente.

"Os manifestantes se propuseram a liberar duas faixas e a gente vai negociar para liberar a terceira e, aos poucos, retomar a normalidade", disse o major Tarifa, porta-voz da Tropa de Choque. Ele afirma que os policiais permanecerão no local na noite desta terça para evitar novos bloqueios.

Questionado se a liderança estaria usando a presença de crianças e idosos para evitar confronto, o major disse: "Não. Eles podem se manifestar. É um direito deles. Eles não podem impedir o direito das outras pessoas de ir e vir. A gente vai tentar equalizar esses dois direitos para que todo mundo consiga exercer seus direitos, o de ir e vir e o de manifestar".

Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) ocupam estradas pelo país contra o resultado das eleições de domingo, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência do Brasil. Muitos deles pedem por um golpe militar para reverter à força o resultado das urnas. Na votação de domingo (30), Lula teve 60,3 milhões de votos, contra 58,2 milhões de Bolsonaro.

Os manifestantes na Castelo entoam gritos contra Lula e contra a imprensa.

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