O Tesouro Nacional lançou nesta terça-feira (27) o RendA+, um título público voltado a quem deseja poupar recursos para aposentadoria individual. O produto será atrelado à inflação mais uma taxa de juros real e permite a acumulação dos valores ao longo dos anos para recebê-los no futuro como um benefício mensal.
Entenda como funciona o Tesouro RendA+ e como investir na nova modalidade:
O que é o Tesouro RendA+?
É um novo título público lançado pelo Tesouro Nacional, com garantia soberana, voltado para quem deseja poupar para a aposentadoria. A lógica é aplicar os recursos durante certo período e, depois, receber um valor mensal por 20 anos.
O que preciso saber para investir?
O interessado precisará responder basicamente a duas perguntas: quando quer se aposentar e quanto quer receber mensalmente no futuro. O simulador do Tesouro indicará quantos títulos precisa comprar para atingir o objetivo e, consequentemente, quanto será preciso investir ao longo dos anos.
Em relação ao prazo, a oferta inicial prevê oito opções de data de conversão (quando a pessoa começa a receber a renda dos investimentos): 2030, 2035, 2040, 2045, 2050, 2055, 2060 e 2065. Ou seja, é possível investir ao longo de até 40 anos. Em relação ao valor, a aplicação mínima fica em torno de R$ 30. Não há um piso para a renda a ser auferida no futuro.
O que é o período de acumulação?
É o período em que o poupador realiza a aplicação dos recursos. O título fica disponível para novos aportes até a véspera da data de conversão.
O que é o período de conversão?
A partir da data de conversão, explicitada na própria denominação do título, o poupador passa a receber a renda mensal obtida a partir dos aportes e dos rendimentos. Esse valor passa então a ser corrigido mensalmente pela inflação, para preservar o poder de compra, até o fim dos 20 anos de pagamentos previstos na modalidade.
Como faço para investir?
O interessado pode fazer o cadastro simplificado no Portal do Investidor, ou buscar diretamente a intermediação de um banco ou corretora.
Posso aplicar os recursos via Pix?
Sim. No entanto, essa modalidade no momento está disponível apenas para investidores que realizarem o cadastro simplificado. Outras instituições financeiras poderão aderir a esse sistema no futuro.
Posso resgatar o Tesouro RendA+ antes de concluir o período de acumulação?
Sim, é possível se desfazer dos títulos antes do prazo previsto, desde que respeitada a carência de 60 dias após a compra dos papéis. A opção é útil para o caso de alguma necessidade emergencial, ou desinteresse em manter o investimento, embora essas razões não sejam pré-requisito para a venda —depende apenas da vontade do investidor. No entanto, é preciso atenção, pois os títulos estão sujeitos a marcação de mercado, isto é, o preço da venda oscila conforme as condições do mercado. Por isso, pode não ser vantajoso resgatá-lo antes da hora.
Investir no Tesouro RendA+ substitui a contribuição ao INSS?
Não. A Previdência pública, operacionalizada via INSS, possui cobertura mais ampla, além de contribuições do empregador (no caso de trabalhador com carteira assinada) e garantia do governo de que os benefícios serão pagos e corrigidos. Por isso, uma aposentadoria pelo piso (um salário mínimo) exige contribuições relativamente mais baixas do que seria necessário para obter o mesmo valor com o Tesouro RendA+.
Além disso, a aposentadoria pelo INSS é vitalícia, independentemente da longevidade do beneficiário, enquanto o novo título do Tesouro prevê o pagamento da renda por um período de 20 anos.
Por fim, a Previdência pública tem um plano de benefícios mais amplo, que inclui aposentadoria por idade e benefícios de risco (como auxílio por incapacidade temporária, pensão por morte, salário maternidade, entre outros), enquanto o Tesouro RendA+ só garante uma aposentadoria extra. Por esses motivos, o Tesouro afirma que o novo produto é uma forma de complementar os benefícios futuros, não substitui-los.
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