CVM abre inquérito para apurar informação privilegiada na Americanas

Autarquia anunciou nesta sexta a abertura de dois inquéritos sobre crise da varejista

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Rio de Janeiro

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) avançou nas investigações sobre o escândalo contábil que levou a Americanas a entrar em recuperação judicial. Dois inquéritos foram abertos para investigar informação privilegiada e irregularidades contábeis na empresa.

Os inquéritos derivam de processos abertos anteriormente pela autarquia. A decisão de abrir inquérito indica que as investigações avançaram dentro da área técnica da empresa. É um passo no sentido de formular acusação por irregularidades na atuação de executivos e empresas.

A CVM não dá detalhes sobre as investigações. No procedimento que investiga informação privilegiada, diz apenas que o objetivo é "apurar eventuais irregularidades nas negociações com ativos de emissão da companhia".

fachada em branco em que se lê Americanas em vermelho
Fachada da Lojas Americanas, na rua Direita no centro de São Paulo. - Bruno Santos/ Folhapress

A política de remuneração de executivos da Americanas prevê, além de salário e bônus, a cessão de ações como prêmio por desempenho. Durante o ano de 2022, diretores da empresa realizaram uma série de operações de venda de ações em Bolsa.

Minoritários questionam se as operações foram feitas já com conhecimento sobre a real situação da companhia, que veio à tona no dia 11 de janeiro, quando o então presidente Sergio Rial anunciou "inconsistências contábeis" no valor de R$ 20 bilhões.

Na quinta (26), a CVM pediu à Justiça acesso a provas obtidas em processo iniciado pelo Bradesco, que pediu buscas em computadores de executivos da empresa para investigar se houve fraude contábil. O Bradesco obteve autorização, mas a Americanas recorreu.

Em resposta ao recurso, o Bradesco alegou que "a Americanas foi palco para uma das maiores fraudes contábeis da iniciativa privada". A empresa nega que seja possível afirmar que houve fraude.

Nos processos para investigar o caso, a CVM investiga desde o cumprimento de regras para a divulgação de comunicados ao mercado à venda de ações por diretores da Americanas nos últimos ano

Um deles inclui o trio de bilionários acionistas de referência e a diretoria da companhia por omissão de informações relevantes no primeiro comunicado sobre o escândalo contábil que levou ao pedido de recuperação judicial na última quinta-feira (19).

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