Dweck defende rediscutir governança de estatais

Economista tomou posse nesta segunda (2) como ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos

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Brasília

A economista Esther Dweck tomou posse como ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos nesta segunda-feira (2) defendendo o aumento da eficiência do Estado para ampliar sua capacidade de combater desigualdades. Ela pregou ainda a rediscussão da gestão das empresas públicas para que elas se voltem a políticas para a população e anunciou um canal de negociação permanente com servidores.

A cerimônia de posse de Dweck lotou as cadeiras do auditório do ministério, que tinha capacidade para 200 pessoas sentadas (várias tiveram que ficar em pé). O evento contou em peso com a participação de representantes do PT e do governo eleito.

Estiveram presentes nomes como Dilma Rousseff, ex-presidente; de Miriam Belchior, secretária-executiva da Casa Civil; Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento e diretor do BNDES; e de ao menos mais quatro ministros.

Ministra Esther Dweck e presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Ministra Esther Dweck e presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Sergio Lima/AFP

A ministra afirmou que sua pasta vai buscar ativamente iniciativas de inovação no serviço público, com destaque para ampliação dos serviços digitais e do fortalecimento da central de compras única para o Executivo federal.

Outra missão da pasta é discutir a reforma administrativa, por meio da nova Secretaria Extraordinária de Transformação do Estado —conforme mostrou a Folha.

Segundo ela, as eventuais mudanças para servidores serão negociadas com eles por meio de um canal de diálogo permanente —o que incluirá também discussões sobre remuneração, reestruturação de carreiras e retomada de concursos públicos.

"Vamos instaurar uma mesa permanente de negociação com os servidores ainda neste ano para debatermos esses pontos juntos", disse. "A participação e o diálogo serão a marca para uma verdadeira reforma administrativa, que signifique o aumento da eficiência do Estado e não seu desmonte", disse.

Os membros do governo eleito já afirmaram que não pretendem discutir a reforma administrativa nos moldes enviados pela gestão de Jair Bolsonaro (PL) —que prevê, entre outros pontos, vínculos sem estabilidade entre servidor e Estado —e sugerem uma nova proposta. Uma das frentes de discussão envolve a possibilidade de mudar a estrutura das carreiras, para reduzir os salários de entrada e aumentar o tempo para se chegar ao topo da carreira.

Dweck também ficará no comando da gestão das empresas de estatais —área que era cobiçada por Simone Tebet (MDB), que ficou com o Ministério do Planejamento e Orçamento. Ela defendeu uma nova gestão para as empresas, com foco em políticas públicas.

"Vamos rediscutir a governança das estatais em parceria com as empresas, pensando [as companhias] como um importante agente de desenvolvimento. As estatais são um ativo do povo brasileiro e devem atuar dentro de suas competências e limitações corporativas em parceira com os ministérios setoriais para implementação de politicas públicas", disse.

As declarações estão em linha com o discurso de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que defendeu o papel do Estado e de empresas públicas como BNDES e Petrobras no desenvolvimento econômico do país.

Dweck foi chefe da assessoria econômica e secretária de Orçamento Federal no governo da ex-presidente Dilma. Na transição, participou do grupo técnico de Planejamento, Orçamento e Gestão.

Em seu discurso nesta segunda, ela fez um agradecimento à família —incluindo a mãe, os irmãos, a companheira e a filha.

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