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Haddad diz que governo estuda como driblar restrições de divisas da Argentina para aumentar comércio

Solução pode passar pela adoção de moeda única para transações comerciais

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Lisandra Paraguassu
Buenos Aires | Reuters

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse no domingo (22) que o governo brasileiro estuda alternativas para driblar as restrições de divisas da Argentina e aumentar o comércio entre os dois países, o que pode passar pelo uso de uma moeda única para transações comerciais, embora ainda não haja uma definição.

"Está muito ruim [o comércio] e o problema é exatamente a divisa, né? É isso que a gente está quebrando a cabeça para encontrar uma solução. Alguma coisa em comum, alguma coisa que permita incrementar o comércio, porque a Argentina é um dos países que compram manufaturados do Brasil e a nossa exportação pra cá está caindo", disse o ministro ao chegar a Buenos Aires.

Haddad faz parte da comitiva da visita oficial à Argentina do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passa os próximos dois dias no país.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad; governo estuda como driblar restrições de divisas para aumentar comércio com a Argentina - Adriano Machado - 12.jan.2023/Reuters

Em um artigo publicado no site argentino Perfil, Lula e o presidente do país Alberto Fernández, citaram o início de conversas para adoção de uma moeda comum sul-americana para transações comerciais.

"Também decidimos avançar nas discussões sobre uma moeda comum sul-americana que possa ser utilizada tanto para fluxos financeiros quanto comerciais, reduzindo os custos de operação e diminuindo a nossa vulnerabilidade externa", diz o texto, o que causou turbulência pelo entendimento de que os dois países estariam planejando adotar uma moeda comum em todos os sentidos, o que Haddad nega. Segundo ele, não existe conversas para criar uma moeda única.

Ao ser questionado se poderia falar melhor sobre o tema nos próximos dias, Haddad respondeu que sim, e ironizou: "Até porque estão dizendo que vai acabar o real."

A negociação, explicou ele, passa nesse momento por resolver as dificuldades de divisas da Argentina, que hoje tem apenas cerca de US$ 40 bilhões em reservas e, com isso, problemas para importar, o que prejudica diretamente o Brasil, seu principal parceiro comercial na região.

"Passa por driblar a dificuldade deles [argentinos]. Estamos pensando em várias possibilidades", disse o ministro, lembrando que teve já mais de uma conversa com o ministro da Economia argentino, Sergio Massa, para tratar do assunto.

Em 2022, as exportações brasileiras para a Argentina chegaram a US$ 15,3 bilhões, 29% a mais que no ano anterior. Mesmo assim, ainda não voltaram aos valores de 2017, quando alcançou US$ 17,6 bilhões.

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