Mercado Livre reverte prejuízo e lucra R$ 845 milhões no 4° trimestre

Resultado foi melhor que o esperado para o período; vendas na plataforma crescem

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André Romani
São Paulo | Reuters

O Mercado Livre divulgou nesta quinta-feira (23) lucro maior do que o esperado no quarto trimestre, revertendo prejuízo do mesmo período do ano anterior, com crescimento de vendas em sua plataforma e maior geração de receita de seu braço financeiro.

A companhia teve lucro líquido de US$ 164,7 milhões (R$ 845 milhões na cotação desta quinta, 23) de outubro a dezembro, após prejuízo de US$ 46,1 milhões (R$ 236,6 milhões) um ano antes. Analistas, em média, projetavam lucro de US$ 125,8 milhões (R$ 645,7 milhões), segundo dados compilados pela Refinitiv.

A empresa, com ações listadas em Nova York, teve receita líquida de US$ 3 bilhões (R$ 15,4 bilhões) no quarto trimestre, crescimento de 40,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior (56,5% em moeda constante).

Centro de distribuição do Mercado Livre, em Cajamar - Danilo Verpa - 25.nov.2021/Folhapress

No negócio de comércio eletrônico, a receita líquida avançou 22,3% no trimestre frente a um ano antes, com as vendas no marketplace crescendo 20,8% (34,7% em moeda constante), a US$ 9,6 bilhões (R$ 49,3 bilhões), pelo conceito GMV (valor bruto da mercadoria).

O GMV, cuja tendência de desaceleração em muitas varejistas vem sendo alvo de foco do mercado, havia sido de US$ 8,6 bilhões no terceiro trimestre do ano passado e de US$ 8 bilhões no quarto trimestre de 2021.

"A quantidade de itens adquiridos por compradores se manteve no mesmo patamar quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, mas a expansão do valor médio gasto por item e o aumento do número de usuários se refletiram no aumento significativo do volume de vendas no marketplace", disse a empresa em comunicado.

O Mercado Livre afirmou que ganhou participação de mercado em toda sua operação de comércio eletrônico, em especial no México e no Brasil.

O braço financeiro da companhia, Mercado Pago, viu sua receita líquida subir 73,5% (92,7% em moeda local) em 12 meses, para US$ 1,3 bilhão (R$ 6,7 bilhões).

"O Mercado Pago teve performance acima das expectativas com a contribuição dos serviços de pagamentos e da conta digital, ambas categorias cujo volume total de pagamentos cresceu três dígitos no ano passado", disse a empresa.

A carteira de crédito ficou estável em US$ 2,8 bilhões (R$ 14,4 bilhões), e a inadimplência até 90 dias caiu de 13% para 10% na base sequencial.

"Tivemos uma redução relevante da inadimplência em parte por uma decisão no meio de ano de focar em clientes de menor risco e em parte também por sazonalidade", afirmou à Reuters o vice-presidente sênior de estratégia, desenvolvimento corporativo e relações com investidores, Andre Chaves. Ele acrescentou que fatores como impostos e volta às aulas podem impactar o dado neste início de ano.

O executivo disse ainda que a carteira da empresa é de curto prazo. "Ficar estável não significa que não fizemos novas concessões, mas que continuamos concedendo no mesmo ritmo. Continua sendo um negócio que está muito vivo, mas não estamos com o pé no acelerador", disse.

O volume total de pagamentos avançou 45,3% (79,5% em moeda constante), a US$ 36 bilhões (R$ 184,8 bilhões), frente a igual período de 2021.

Chaves disse que o Mercado Livre seguirá elevando investimentos no Brasil em 2023, mas não deu mais detalhes da magnitude do crescimento.

Sobre a crise da rival Americanas, ele afirmou que a situação não muda os planos do Mercado Livre, mas que abre oportunidades para crescimento em áreas que a empresa já planejava.

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