Descrição de chapéu Congresso Nacional petrobras

Aziz diz que vai abrir investigação no Senado sobre venda de refinaria da Petrobras para Mubadala

Senador afirmou que qualquer violação ao interesse do Estado será levada à Justiça

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Pedro Fonseca Marta Nogueira
Rio de Janeiro | Reuters

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado (CTFC), afirmou nesta quinta-feira (9) que vai abrir investigação sobre a venda da refinaria da Petrobras Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, para o fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos.

"Qualquer violação ao interesse da União, relação com a tentativa de descaminho de joias, ou qualquer ato que tenha gerado vantagens a autoridades nessa venda, será levado à Justiça para punição dos envolvidos", disse Aziz no Twitter.

"O primeiro passo da comissão será pedir documentos da Petrobras sobre a avaliação de preço abaixo do valor de mercado do ativo brasileiro para os estrangeiros", acrescentou.

O senador Omar Aziz (PSD-AM) - Adriano Machado/Reuters

Na véspera, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) disse que apresentou pedido ao Ministério Público Federal (MPF) para que investigue eventual relação entre joias supostamente enviadas pelo governo da Arábia Saudita à família Bolsonaro e a venda da refinaria na Bahia.

O Mubadala Capital é o fundo soberano dos Emirados Árabes, e não da Arábia Saudita, mas a federação pontuou em nota que ambos os países são próximos geograficamente e que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria afirmado em entrevista recente que o presente fora acertado nos Emirados Árabes.

A Rlam, rebatizada de Refinaria de Mataripe após a venda, foi vendida juntamente com seus ativos logísticos por US$ 1,8 bilhão. De acordo com a FUP, o Instituto de Estudos Estratégico de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) avaliou o seu valor entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões.

A Polícia Federal abriu um inquérito nesta semana após a Receita Federal informar que o governo Bolsonaro não adotou os procedimentos necessários para a incorporação ao patrimônio público de joias presenteadas pelo governo saudita a uma comitiva brasileira que visitou o país em 2021. Parte das joias ficou retida na Receita Federal em Guarulhos —um conjunto avaliado em 16,5 milhões de reais—, enquanto um outro pacote foi entregue à Presidência.

Bolsonaro recebeu um pacote de presentes supostamente enviado pelo governo saudita e decidiu ficar com eles em seu acervo pessoal, numa ação que seu advogado, Frederick Wassef, disse ter sido legal por se tratar de bens de caráter "personalíssimo".

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