Descrição de chapéu Silicon Valley Bank

Executivos de bancos falidos devem ser multados, banidos e privados de remuneração, diz Biden

Presidente dos EUA pede que Congresso dê mais poderes a órgãos reguladores

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Jeff Mason, Costas Pitas, Susan Heavey e Heather Timmons

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu nesta sexta-feira ao Congresso norte-americano que dê aos reguladores maior poder sobre o setor bancário, inclusive o de aplicação de multas mais altas, recuperação de fundos e banir funcionários de bancos falidos, de acordo com um comunicado divulgado pela Casa Branca.

"Ninguém está acima da lei e fortalecer a responsabilidade é um fator importante para evitar má administração no futuro", disse Biden em comunicado.

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, acena durante reunião na Casa Branca
Joe Biden participa de reunião na Casa Branca - Andrew Caballero-Reynolds/AFP

A lei atual "limita a autoridade do governo para responsabilizar os executivos", afirmou ele.

Especificamente, Biden pede ao Congresso que dê ao FDIC (Fundo Federal Garantidor de Depósitos) maior autoridade para recuperar a remuneração, "incluindo ganhos com vendas de ações, de executivos de bancos falidos como o Silicon Valley Bank e o Signature Bank", disse a Casa Branca em um segundo comunicado.

Biden também pede ao Congresso que dê ao FDIC mais autoridade para banir executivos do setor bancário quando suas instituições entrarem em concordata e multar gerentes cujos bancos falirem.

Na segunda-feira (13), o presidente dos EUA havia anunciado que pediria medidas mais duras para evitar a falência de outros bancos. Um dia antes, autoridades anunciaram que todos os clientes do Silicon Valley Bank, que entrou em colapso no dia 10, foram liberados para sacar seus depósitos integralmente.

Correntistas do Signature, banco de Nova York cuja falência foi anunciada dois dias após o SVB, também terão seus depósitos garantidos.

Simultaneamente, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) anunciou a criação de um programa emergencial para financiar instituições financeiras, de modo a garantir que elas possam "atender as necessidades de todos os seus clientes".

Na quinta-feira (16), um consórcio formado por 11 bancos dos Estados Unidos anunciou um aporte de US$ 30 bilhões (R$ 160 bilhões) no First Republic Bank, que corria risco de colapso depois de enfrentar uma forte queda no valor das ações.

Bank of America, Citigroup, JPMorgan Chase e Wells Fargo vão fazer um aporte conjunto de US$ 5 bilhões (R$ 26,4 bilhões), enquanto Goldman Sachs e Morgan Stanley entrarão com US$ 2,5 bilhões (R$ 13,2 bilhões) cada. Já BNY-Mellon, PNC Bank, State Street, Truist e U.S. Bank farão um aporte somado de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões).

O acordo foi costurado com apoio do governo americano, que temia a escalada de uma crise no setor bancário, depois da quebra do SVB nos Estados Unidos na semana passada, e as dificuldades financeiras do Credit Suisse na Europa nos últimos dias.

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