Descrição de chapéu União Europeia

Firmenich, criadora do Angel de Thierry Mugler, e Giavaudan são investigadas por coluio de preços

Symrise e International Flavors & Fragrances também são alvo das agências europeia e americana de concorrência

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Cristophe Vogt
Genebra | AFP

As autoridades de concorrência europeias e americanas investigam quatro grandes empresas da indústria de perfumes e fragrâncias por conluio para fixar preços e restringir a livre concorrência, anunciou a agência reguladora suíça nesta quarta-feira (8).

A Comco (Comissão de Concorrência) "tem evidências de que várias empresas ativas na produção de perfumes violaram as leis de cartéis", escreveu em um comunicado.

A agência cita como empresas envolvidas as suíças Firmenich International e Givaudan, as americanas International Flavors & Fragrances e a alemã Symrise, que estão entre as líderes desse setor.

Funcionário trabalha em laboratório de frangâncias da Givaudan em Duebendorf, na Suiça - Arnd Wiegmann-05.nov.2015/Reuters

Na véspera, o órgão regulador da concorrência na União Europeia havia relatado buscas em diversas empresas de fragrâncias do continente por suspeita de práticas monopolistas, mas não detalhou as empresas afetadas.

A Firmenich, uma das principais fabricantes de aromas e fragrâncias, confirmou nesta quarta-feira que seus escritórios na França, Suíça e Reino Unido foram alvo de "inspeções não anunciadas [...] como parte de uma ampla investigação da indústria".

"A Firmenich está monitorando de perto a situação e coopera totalmente com os investigadores. Não podemos fazer mais comentários neste momento", disse um porta-voz.

O gigante da indústria Givaudan também admitiu ter sido afetada e disse que estava "cooperando totalmente com as autoridades".

"A Givaudan está comprometida e adere aos mais elevados padrões éticos na prática comercial", disse uma porta-voz.

Coordenação de preços

Segundo a Comco, "há suspeitas de que essas empresas coordenaram sua política de preços, proibiram seus concorrentes de fornecer a certos clientes e limitaram a produção de certos perfumes".

As fragrâncias e aromas são usados em uma ampla gama de produtos, desde a alta perfumaria, cosméticos e xampus, a detergentes e produtos alimentícios, um mercado bilionário.

"No âmbito da investigação, será examinado se de fato existem restrições à concorrência proibidas pela lei antitruste", acrescentou a COMCO.

A Comissão Europeia afirmou na terça-feira que suas equipes estavam realizando inspeções não anunciadas "nas instalações de empresas e a uma associação ativa na indústria de fragrâncias em vários Estados-membros", após consultar reguladores na Suíça, Estados Unidos e Reino Unido.

No entanto, não revelou quais empresas foram alvos das operações ou em quais países.

"A Comissão está preocupada com o fato de as empresas e uma associação da indústria de perfume internacional terem violado as regras antitruste que proíbem cartéis e práticas comerciais restritivas", afirmou em comunicado.

Se as empresas investigadas forem consideradas culpadas, podem enfrentar multas altas, mas também podem obter imunidade se cooperarem com a Comissão, acrescentou.

Fundada em 1895, a Firmenich é uma empresa familiar por trás de perfumes de sucesso como Angel de Thierry Mugler, Acqua di Gio de Armani e Flower de Kenzo. Atualmente está negociando uma fusão com a holandesa DSM.

A empresa divulgou no mês passado que a receita na primeira metade do ano fiscal 2022-2023 aumentou 10,5%, para 2,4 bilhões de francos suíços (US$ 2,5 bilhões, cerca de R$ 12,9 bilhões no câmbio atual).

Já a Givaudan teve um 2022 de altos e baixos: o mercado de perfumes de luxo cresceu, mas as vendas de aromas caíram devido à redução no mercado americano. Ainda assim, o volume de negócios cresceu 6,5% para 7 bilhões de francos (7,4 bilhões de dólares, cerca de 38,4 bilhões de reais).

Nos Estados Unidos, a International Flavors & Fragrances teve receita de US$ 12,4 bilhões (cerca de R$ 64,3 bilhões) em 2022.

Por sua vez, a empresa alemã Symrise registou vendas de 4,6 bilhões de euros (US$ 4,85 bilhões, R$ 24,9 bilhões).

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