França concorda em baixar os preços dos produtos nos supermercados

Durante a medida, prevista para se estender até junho, as empresas devem oferecer 'o menor preço possível'

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AFP

O governo francês anunciou nesta segunda-feira (6) um acordo com as principais empresas de distribuição varejista para limitar o preço de vários produtos durante um "trimestre anti-inflação", num contexto de tensão social devido à reforma da Previdência.

A iniciativa, que deve se estender até junho, pretende que as empresas ofereçam "o menor preço possível" para uma série de produtos de sua escolha, disse o ministro da Economia, Bruno Le Maire, após reunião com distribuidores.

Protestos em Paris reúnem milhares contra reforma da Previdência proposta pelo governo de Emmanuel Macron - Alain JOCARD -3.mar.23/ AFP

O custo da operação, na qual participarão Carrefour e Casino, entre outros, será de "várias centenas de milhões de euros" e será financiado graças às margens dos varejistas, explicou Le Maire.

Diante do aumento dos preços dos alimentos, que atingiu 14,5% anual em fevereiro, segundo o escritório de estatísticas Insee, o governo busca há vários meses um mecanismo para sustentar o poder de compra.

O anúncio do "trimestre anti-inflação", que será reconhecido por um logotipo com as cores da bandeira francesa nos supermercados, ocorre em um momento de protestos em massa contra o projeto de adiar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos.

Várias empresas também anunciaram operações comerciais nos últimos dias para reduzir os preços de vários produtos, como Carrefour, Intermarché e Monoprix.

Greve contra a reforma da Previdência

Os sindicatos pretendem "paralisar a França" na terça-feira (7) com a retomada das grandes manifestações contra a reforma da Previdência do presidente liberal, Emmanuel Macron, acusado de "permanecer surdo" à rejeição popular.

Dois em cada três franceses, segundo as pesquisas, são contrários ao projeto de adiar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030 e de antecipar para 2027 a exigência de contribuir por 43 anos (e não 42 como atualmente) para receber a pensão integral.

O governo afirma que ao elevar uma das menores idades de aposentadoria da Europa pretende evitar um déficit da Previdência.

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