Descrição de chapéu PIB

Lula diz que dinheiro bom é dinheiro transformado em obra

Presidente afirmou que Fernando Haddad e Simone Tebet vão conseguir verba para investimentos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (10) que dinheiro bom é gasto em obra, e que os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) vão arrumar dinheiro para realizar os investimentos, apesar do apertado orçamento federal.

A declaração ocorreu durante reunião do chefe do Executivo, no Palácio do Planalto, com 11 ministros e auxiliares do governo para discutir obras de infraestrutura no país e o novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

"Não dá para a gente ficar achando que o gostoso nesse país é guardar dinheiro. Não, dinheiro bom é dinheiro transformado em obra, melhoria de qualidade de vida do povo, saúde, educação. Sobretudo emprego, que é o que da dignidade ao povo brasileiro", afirmou Lula.

O presidente Lula, durante cerimônia do Dia Internacional da Mulher, no Palácio do Planalto. - Adriano Machado/Reuters

A fala do presidente inaugurando a reunião foi transmitida pela TV Brasil. Em diferentes momentos, ele brincou com o ministro Fernando Haddad, chamando-o de criativo e que ele tem "sangue árabe".

O mandatário disse ainda que não é para o governo "ficar chorando" pela falta de dinheiro, mas utilizar bem o que tem no orçamento.

"Por isso que o Haddad é ministro da Fazenda, ele é criativo. Se a gente não tiver dinheiro, a gente vai atrás dele e ele vai ter que arrumar. Ele e a Simone [Tebet] vão sentar na mesa e arrumar o dinheiro que nos precisamos pra fazer investimento nesse país", disse.

Na mesa, Haddad está sentado ao lado esquerdo de Lula, e, ao direito, está Rui Costa (Casa Civil).

Lula disse ainda que o governo não pode aceitar a ideia de que o PIB (Produto Interno Bruto) não vai crescer "porque alguém disse", mas que o PIB vai crescer, porque o governo fará ele crescer.

O mandatário pediu ainda ao ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, que bolasse um nome para o novo PAC.

"O PAC foi muito importante, criou muita coisa, mas se a gente pudesse criar um novo nome seria importate. [Para] Mostrar que a gente está inovando", disse.

O chefe do Executivo é defensor da tese do governo como indutor de investimentos e do crescimento da economia.

A declaração de Lula sobre Haddad e Simone ocorre em meio a uma discussão do governo federal de nova regra fiscal.

A ministra do Planejamento e Orçamento disse, também na quinta, que a nova regra é responsável, garante recursos para investimentos e vai agradar a todos, inclusive ao mercado.

"É um arcabouço fiscal responsável, preocupado com a responsabilidade fiscal, com déficit primário, com a estabilização da dívida/PIB, mas atendendo a um pedido justo do presidente da República, porque assim quer a democracia brasileira, de que temos de ter recursos para os investimentos necessários para fazer o Brasil voltar a crescer", afirmou.

O desenho do novo arcabouço fiscal foi discutido por Tebet com o ministro da Fazenda em outra reunião, na sede da pasta econômica. Também participaram do encontro, do lado do Planejamento, o secretário-executivo Gustavo Guimarães e Paulo Bijos, secretário de Orçamento Federal.

Do lado orçamentário e fiscal, saímos muito satisfeitos. Agora é questão de colocar os números no papel", disse. O próximo passo para a proposta se concretizar será Haddad apresentar o texto a Lula. A previsão é que isso aconteça na próxima semana. Com o aval do presidente, o texto seguirá para o Congresso Nacional.

Sem dar detalhes do novo desenho, a ministra diz que a proposta atende "aos dois lados", pois engloba tanto a preocupação em zerar o déficit fiscal do Brasil, estimado em cerca de R$ 230 bilhões neste ano, e em estabilizar a dívida/PIB –que atingiu 73,1% em janeiro, segundo dados do Banco Central– quanto a demanda de Lula por recursos para investimentos.

À tarde, Lula participou do evento de anúncio de reajuste de 39% no repasse para a merenda escolar neste ano. O presidente aproveitou a oportunidade para criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Essa merenda escolar está há sete anos sem reajuste. Servidor há sete anos sem reajuste. A única coisa que aconteceu nesse país foi a produção de mentiras, mentiras, mentiras e o país ficou paralisado", disse.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.