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Hapvida e GPA despencam após balanços
Duas grandes companhias listadas na Bolsa brasileira viram suas ações despencarem nesta semana após a divulgação de balanços que surpreenderam negativamente os analistas e investidores.
A Hapvida, empresa verticalizada de saúde (modelo de gestão das operações de ponta a ponta), perdeu R$ 10 bilhões em valor de mercado com as ações tombando 32% nesta quarta.
- A empresa, que se fundiu com a Notre Dame Intermédica em 2021, registrou prejuízo líquido de R$ 316,7 milhões no quarto trimestre, ante lucro de R$ 200 milhões no mesmo período de 2021.
- O que mais assustou o mercado foi a taxa de sinistralidade caixa (relação entre o custo dos procedimentos e o valor pago pelos usuários), que atingiu 72,9%, numa alta de 8,1 pontos em comparação com 2021, quando a pandemia ainda atingia com força o país.
O GPA (Grupo Pão de Açúcar), dono das bandeiras de varejo Pão de Açúcar, Compre Bem, Mercado Extra e a colombiana Éxito, viu suas ações caírem 8,11% nesta quarta após terem tombado 7,16% na terça.
- A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão no quarto trimestre de 2022, revertendo lucro de R$ 777 milhões no mesmo período de 2021.
- O grupo justificou as perdas por conta do aumento das contingências tributárias e trabalhistas no período. Sem esses fatores, o prejuízo teria sido de R$ 146 milhões.
- Para analistas ouvidos pela Folha, a empresa optou por aproveitar o resultado no vermelho e listar todos os indicadores negativos de uma só vez, para não contaminar os trimestres seguintes.
- Especialistas também consideram que há um reflexo do caso Americanas, que deve aparecer ainda em outros resultados: por precaução, as companhias vão escancarar todos os riscos envolvendo seus ganhos e operações.
Maior da história
Com o lucro de R$ 43,34 bilhões no quarto trimestre de 2022, alta de 37,6% ante o mesmo período de 2021, a Petrobras registrou o maior lucro anual da história das empresas brasileiras.
Os R$ 188,3 bilhões em 2022, que são um avanço de 76,6% em relação ao patamar de 2021, superam o resultado da Vale naquele ano, quando atingiu lucro de R$ 129,1 bilhões.
O que explica: o lucro recorde da Petrobras veio graças à alta no preço médio do barril de petróleo no ano (avanço de 43,1% ante 2021).
- A estatal também atribuiu o resultado a maiores margens na venda de combustíveis, melhor resultado financeiro e ganhos com acordos de coparticipação em campos da Cessão Onerosa.
Dividendos: a Petrobras teria que distribuir mais R$ 35,8 bilhões , mas a nova gestão propôs a retenção de R$ 6,5 bilhões desse total em uma reserva estatutária, que será avaliada pelos acionistas em assembleia.
- A elevada distribuição de dividendos da estatal era alvo de fortes críticas do PT e de seus aliados na gestão Bolsonaro.
- No ano passado, a petroleira brasileira foi a segunda companhia que mais distribuiu proventos no mundo, com US$ 21,7 bilhões (R$ 112,4 bilhões, pelo câmbio atual), atrás apenas da mineradora anglo-australiana BHP Billiton, segundo a gestora Janus Henderson.
- O novo governo pretende reverter essa estratégia, ampliando investimentos, retomando operações em segmentos abandonados pela empresa e suspendendo vendas de ativos – o Ministério de Minas e Energia pediu uma pausa nessas alienações por 90 dias.
Mais números: durante o ano, a estatal brasileira teve receita de R$ 641,2 bilhões, alta de 41,7% em relação ao verificado no ano anterior. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), indicador que mede a geração de caixa, cresceu 45,1%, para R$ 340,5 bilhões.
Demissão em massa no iFood
O iFood confirmou nesta quarta (1º) que demitiu 355 profissionais, ou 6,3% do quadro da empresa, em áreas distintas dentro da empresa.
- "O atual cenário econômico mundial tem exigido das empresas ações imediatas na busca por novas rotas para enfrentar essas adversidades. Não foi diferente com o iFood", afirmou a líder do mercado de delivery de refeições no Brasil.
Os cortes vêm menos de um mês depois de a companhia ter fechado um acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sobre seus contratos de exclusividade com restaurantes.
- Conforme o entendimento, o iFood não poderá fechar esse tipo de acordo com marcas que tenham 30 ou mais estabelecimentos, além de os contratos terem duração de até dois anos.
No ano passado, o app de entregas foi avaliado em US$ 5,4 bilhões (R$ 28,1 bilhões) depois de o grupo holandês Prosus ter comprado a participação da Just Eat Takeaway na companhia, que era de um terço.
- O Prosus passou a ter o controle total do iFood por meio da Movile, empresa que é dona do app de entregas de restaurantes.
Demissões no setor: outras concorrentes do iFood também promoveram desligamentos em massa neste ano, em meio à onda de cortes em empresas de tecnologia.
- É o caso do 99, dona da 99Food –que encerrou sua operação de delivery com entregadores parceiros– e do AiqFome, app voltado para pequenas e médias cidades que pertence ao Magazine Luiza.
As novas regras para o bacon
As novas regras para a fabricação e venda de bacon entraram em vigor nesta quarta (1º).
A partir de agora, só pode ser chamado de bacon o produto que é feito da barriga do porco, ou seja, o bacon clássico.
Como era: o alimento também poderia ser obtido de qualquer músculo sem osso próximo à barriga, desde que fossem incluídos os termos ‘especial’ ou ‘extra’ em seu nome comercial.
Sim, mas…O consumidor precisa ficar atento. A nova norma permite produzir um 'bacon genérico', feito de outras partes do porco.
- Cortes defumados de lombo, pernil ou paleta de suínos, com ou sem ossos, poderão ser vendidos com o nome de "bacon de lombo", "bacon de pernil", "bacon de paleta" e assim por diante.
Os estabelecimentos registrados no Ministério da Agricultura terão prazo de um ano para se adequar às condições indicadas no atual regulamento.
- Aos produtos fabricados até o final desse prazo, estará permitida a comercialização até o fim da validade.
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