Reoneração de combustíveis, nova leva de demissões no Twitter e o que importa no mercado

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Gasolina e etanol reonerados

A gasolina e o etanol voltarão a ser tributados pelo governo em 1º de março. A indefinição sobre o assunto vinha gerando uma divisão nas alas política e econômica do governo e pressionando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que agora consegue uma vitória com a decisão.

Entenda: as alíquotas serão diferenciadas. Os combustíveis fósseis, como a gasolina, terão uma cobrança maior que a dos biocombustíveis, caso do etanol, conforme adiantado pela coluna Mônica Bergamo.

  • Até a noite desta segunda (27), o governo ainda não havia dado mais detalhes sobre as alíquotas que serão cobradas para cada item.

A gasolina, o etanol, o querosene de aviação e o gás natural veicular foram desonerados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em meio à corrida eleitoral e permanecem sem a cobrança de tributos federais até hoje (28) graças a uma MP (medida provisória) assinada no começo do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

  • O texto prevê que diesel, biodiesel e gás de cozinha (GLP) sigam com a isenção até o fim do ano.

Em números: antes da desoneração, os valores dos tributos federais eram de até R$ 0,69 por litro da gasolina e de R$ 0,24 por litro de etanol.

  • Com a volta da cobrança, o Ministério da Fazenda afirmou que "está assegurada 100% da arrecadação" projetada em janeiro, que era de R$ 28,9 bilhões.

Sim, mas…A cifra citada pelo governo é otimista e dificilmente deve ser alcançada, avalia o consultor Adriano Pires, especialista em energia da CBIE.

O impacto na inflação: a volta da cobrança deve aumentar o IPCA de março entre 0,5 e 0,7 ponto percentual, segundo estimativas da FGV-Ibre e da Fipe, da USP.

  • Os especialistas afirmam que este é um bom momento para o governo tomar a medida —imprescindível para o equilíbrio fiscal—, pois há trégua importante na evolução da inflação de alimentos.

Opinião: Há pelo menos quatro bons motivos para que a política de desoneração dos combustíveis chegue ao fim, escreve a colunista Cecilia Machado.


Americanas vem perdendo espaço no ecommerce

Antes mesmo da crise bater à sua porta, a Americanas.com já vinha sentindo o peso da concorrência no ecommerce brasileiro.

Se até o terceiro trimestre de 2020 ela liderava como site mais lembrado na hora de fazer compras, em dezembro de 2022 a varejista estava atrás de Amazon e Mercado Livre.

  • O levantamento é da NielsenIQ|Ebit, que identificou a intenção de compras para o primeiro trimestre deste ano.
  • Depois da Americanas.com, vem a Shopee, site de marketplace asiático que superou a tradicional Casas Bahia.

A Americanas respondeu, por meio da sua assessoria de imprensa, que em 2022 conquistou prêmios relevantes que "comprovam a força da sua marca", como a presença no TOP 5 do ranking internacional da Ipsos, "The Most Influential Brands".



Em números: na pesquisa da NielsenIQ|Ebit que mediu o faturamento do ecommerce nacional em 2022, o crescimento nominal foi de 2%, portanto houve uma queda no indicador ao considerar a inflação do ano (5,79%).

O resultado é mais um a reforçar como o boom do comércio eletrônico registrado em 2020 e 2021 esfriou no ano passado, quando a inflação e os juros apertaram o bolso dos consumidores e os sites colocaram um pé no freio nas promoções e benefícios, como frete grátis.


Sobrou até para a 'queridinha' de Musk

Depois de ter prometido em novembro que não faria mais demissões em massa, o bilionário Elon Musk cortou neste domingo (26) pelo menos mais 200 funcionários, 10% de sua força de trabalho restante, segundo o jornal New York Times.

  • Em relação aos 7.500 funcionários que estavam na companhia desde a aquisição de Musk, a equipe do Twitter diminuiu para menos de 2.000.

Entre os demitidos da leva atual, está Esther Crawford, uma das remanescentes da equipe antiga da plataforma que ascendeu no Twitter "linha-dura" da nova administração.

  • Ela ficou conhecida por postar em 2 de novembro uma foto dela mesma dormindo no chão de seu local de trabalho na empresa.
  • Além de Crawford, que era tida por funcionários como uma das líderes mais influentes e de confiança de Musk, também foram demitidos gerentes de produto, especialistas em big data e engenheiros da plataforma, segundo o New York Times.
Esther Crawford, então responsável pelo desenvolvimento de produtos do Twitter, dormindo em seu local de trabalho - Foto: evanstnlyjones no Twitter

Recado aos que ficam: na segunda pós-demissões, o bilionário enviou um email aos funcionários remanescentes com o assunto "Recompensa de Performance", segundo o portal The Verge.

  • O documento dizia que esses trabalhadores receberão bonificações em ações baseadas em desempenho em valores "muito significativos".

Todos querem um chatbot para chamar de seu

Na onda da popularidade do ChatGPT, a Meta (dona do Facebook) e agora o Snap (do Snapchat) também anunciaram seus chatbots alimentados por IA (inteligência artificial).

O chatbot do Snap também usa como base a tecnologia do mais famoso robô de IA, mas a adaptou para seus usuários. A ferramenta está disponível apenas para usuários assinantes, mas a ideia da companhia é expandir para toda a base.

  • A empresa diz que o "My AI", nome do chatbot, pode recomendar ideias de presentes, uma receita para o jantar e responder a perguntas de um quiz.
  • O Snap alerta, porém, que a ferramenta é "propensa a alucinações" e pode ser levada a dizer qualquer coisa, acrescentando que os usuários não devem confiar nela para compartilhar segredos ou obter conselhos.

O chatbot da Meta por enquanto foi liberado apenas a pesquisadores, para que eles encontrem soluções para os riscos em potencial dessa tecnologia.

  • A companhia descreveu sua inteligência artificial, chamada LLaMA, como um modelo "menor e de maior desempenho" projetado para "ajudar os pesquisadores a avançar em seu trabalho".

Os alertas de Snap e Meta vêm depois de viralizarem conversas de usuários com o chatbot integrado ao Bing, da Microsoft, em que o robô reproduz ameaças após uma sequência de perguntas sobre seus detalhes técnicos.

Opinião: Sem o devido contexto, uma conversa com um robô feita como se fosse um humano leva a uma noção errada, escreve o repórter especial da Folha Raphael Hernandes.

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