Descrição de chapéu PIB

Setor de serviços tem alta de 4,2% e puxa PIB em 2022

Atividade contou com estímulo do fim das restrições da pandemia

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Rio de Janeiro e São Paulo

O setor de serviços teve destaque na economia brasileira em 2022. No acumulado do ano, registrou crescimento de 4,2%, segundo dados do PIB (Produto Interno Bruto). A indústria cresceu 1,6%, enquanto a agropecuária encolheu 1,7%.

Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No total, o PIB cresceu 2,9% no ano passado.

Clientes de bar no Rio acompanham jogo do Brasil na Copa; setor de serviços foi estimulado pelo fim das restrições da pandemia em 2022 - Eduardo Anizelli - 9.dez.2022/Folhapress

O segmento de serviços é o maior empregador do país. Também é o principal componente do PIB pela ótica da oferta, com peso de cerca de 70% no indicador.

"Desses 2,9% de crescimento em 2022, os Serviços foram responsáveis por 2,4 pontos percentuais. Além de ser o setor de maior peso, foi o que mais cresceu, o que demonstra como foi alta a sua contribuição na economia no ano", diz Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Todas as atividades de serviços tiveram crescimento, com destaque para aquelas mais ligadas ao consumo presencial (outras atividades de serviços, +11,1%), transporte, armazenagem e correio (+8,4%) e informação e comunicação (+5,4%).

Em 2022, a derrubada das restrições da pandemia incentivou o consumo de serviços que estavam represados na crise sanitária. Houve estímulo a gastos em bares, restaurantes, hotéis, eventos e outros negócios dependentes da circulação de pessoas.

"Foi uma continuação da retomada da demanda pelos serviços após a pandemia. Em outros serviços, podemos destacar setores ligados ao turismo, como serviços de alimentação, serviços de alojamento e aluguel de carros", afirma Palis.

A inflação, os juros elevados e o endividamento das famílias, por outro lado, prejudicaram uma recuperação maior do setor, dizem analistas. Segundo eles, o incentivo da reabertura após pandemia tende a se esgotar em 2023.

Indústria

Na indústria, o destaque positivo foi o segmento de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (10,1%), que, segundo o IBGE, teve bandeiras tarifárias mais favoráveis ao longo de 2022.

A construção registrou crescimento de 6,9%. Já as indústrias de transformação tiveram queda de 0,3%. As indústrias extrativas caíram 1,7% devido à baixa na extração de minério de ferro.

A Fiesp (federação das indústrias de São Paulo) destaca que essa foi a sexta retração do PIB da indústria de transformação em dez anos. A projeção da entidade para o PIB em 2023 é de crescimento de 0,5%, com queda de 0,4% neste segmento.

"A expectativa para os próximos trimestres é de continuidade de desaquecimento da economia brasileira, com risco de aprofundamento do quadro de desaceleração."

Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, afirma que o setor de construção já esperava incremento em 2022, principalmente em função do aumento das obras de edificações residenciais. "Já a queda no último trimestre [de 0,7%] confirma nossa estimativa de que em 2023 deveremos ter uma desaceleração no ritmo de crescimento do setor."

Agropecuária

No setor primário, problemas climáticos prejudicaram lavouras no ano passado. Houve quebra na safra de soja. Segundo o IBGE, o decréscimo de produção e a perda de produtividade da agricultura suplantaram as contribuições positivas de pecuária e pesca.

Em 2023, analistas apostam em um desempenho positivo no campo. A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar o recorde de 302 milhões de toneladas neste ano, de acordo com estimativa de janeiro do IBGE.

Há, porém, registro de perdas no Rio Grande do Sul em razão de uma nova estiagem.

No 4º trimestre de 2022, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a indústria encolheu 0,3%, enquanto a agropecuária e os serviços apresentaram variação positiva de 0,3% e 0,2%, respectivamente.

Os segmentos indústria de transformação (-1,4%), comércio (-0,9%) e construção (-0,7%) aparecem como as maiores quedas no quarto trimestre em relação ao terceiro.

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