Descrição de chapéu Datafolha

Apoio à privatização é maior em SP do que no Brasil, diz Datafolha

Paulistas são favoráveis a concessão de estradas e aeroportos, mas rejeitam vender Sabesp, bancos e Petrobras; mais de 60% dos mais jovens dizem que serviços privados são melhores

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São Paulo

A taxa de apoio à privatização de empresas e serviços públicos é maior entre moradores do estado de São Paulo do que no restante do Brasil.

Pesquisa Datafolha mostra que 42% dos paulistas são a favor da transferência de estatais para o setor privado, enquanto 38% da população brasileira têm essa mesma opinião.

A oposição a privatizações é menor entre os paulistas: 43%, ante 45% no recorte nacional. A minoria (3%) diz ser indiferente, e 12% dos entrevistados não sabem (14% no país todo).

Unidade dos Correios na rua da Consolação, em São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress

A pesquisa do Datafolha foi feita entre os dias 3 e 5 de abril, em 65 municípios de todas as regiões do estado de São Paulo. Foram realizadas 1.806 entrevistas presenciais, com pessoas acima de 16 anos. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

O levantamento mostra que o apoio sobe para 51% dos moradores do estado que declaram saber o que é privatização e estar bem informados sobre o assunto. Nesse recorte, 46% dizem ser contra.

A taxa de apoio às privatizações no estado de São Paulo também é mais alta entre homens, pessoas mais escolarizadas e com maior renda.

A maioria dos entrevistados que ganham mais de dez salários mínimos (57%) apoia a privatização, enquanto 36% dos que recebem até dois salários dizem o mesmo.

Entre os que possuem curso superior, 48% concordam com a venda de empresas públicas —dez pontos percentuais a mais que o resultado entre pessoas com ensino fundamental.

Diferença semelhante é percebida em relação ao gênero. Quase metade dos entrevistados homens (47%) é a favor de privatizações, enquanto 37% das mulheres apoiam.

Em relação à taxa de rejeição, a oposição é mais alta entre os que reprovam o governo de Tarcísio de Freitas (65%), e entre os simpatizantes do PT (56%).

A pesquisa do Datafolha também ouviu a opinião dos entrevistados sobre a transferência de empresas e serviços específicos para a iniciativa privada.

Os resultados indicam que o apoio dos paulistas é maior para a privatização de estradas e aeroportos, e menor para os bancos públicos, Petrobras e Sabesp.

Estradas e rodovias tiveram a maior taxa de apoio, com 54% dos entrevistados dizendo ser favoráveis à privatização —39% contrários.

Metade dos paulistas (51%) também disseram ser favoráveis à concessão de aeroportos.

Os dados mostram que os moradores do estado aprovam mais a privatização nesses setores do que o restante da população brasileira.

No país, 48% concordam com a transferência de estradas e rodovias para a iniciativa privada, e 47% aprovam no caso dos aeroportos.

Já a lista dos itens que tiveram maior rejeição é liderada pelos bancos públicos. A maioria dos entrevistados (55%) diz ser contra a privatização dessas instituições, enquanto 38% apoiam.

A Sabesp vem em sequência, com 53% dos paulistas declarando rejeição, e 40% apoio.

Proporção semelhante é vista quando o tema é a venda da Petrobras: 52% são contrários, 40% favoráveis.

O Datafolha também elaborou um índice para medir o grau de adesão à privatização de empresas e serviços estatais. A cada item em que o entrevistado dizia ser favorável à privatização era considerado um ponto. Quanto mais alta a pontuação, numa escala de 0 a 10, maior o grau de adesão —e vice-versa.

Os resultados indicam o perfil de quem apoia e rejeita a privatização no estado de São Paulo. O grupo mais pró-privatização é composto por simpatizantes do PL (47%) —partido em que o ex-presidente Jair Bolsonaro disputou a eleição presidencial de 2022— e por apoiadores da gestão de Tarcísio no governo do estado (33%).

Já a visão antiprivatista prevalece entre as mulheres (42%), simpatizantes do PT (47%) e os que reprovam a administração do governador de São Paulo (49%).

Paulistas se dividem sobre benefícios da privatização

A pesquisa também ouviu a opinião dos entrevistados sobre os benefícios da concessão de empresas e serviços estatais.

São 46% os que dizem que a privatização traz mais benefícios que prejuízos para a economia do Brasil. Proporção semelhante (45%) diz o oposto: que o processo é mais nocivo que benéfico.

Os percentuais não são muito diferentes dos observados em relação à população brasileira.

No entanto, mais da metade dos entrevistados (57%) diz que os produtos e serviços de empresas privadas são melhores do que os oferecidos por companhias públicas. A percentagem chega a 62% entre jovens de 16 a 24 anos e a 64% entre os que têm de 25 a 34 anos.

Entre os com 60 anos ou mais, 50% dizem produtos e serviços de empresas são melhores, enquanto 25% acham que são piores que os de companhias públicas.

A avaliação positiva dos produtos e serviços privados é maior também entre homens (64%), pessoas mais escolarizadas (68%) e que possuem renda familiar mensal entre cinco e dez salários mínimos (69%).

No quesito preço, 68% avaliam os produtos e serviços de empresas privadas como mais caros que os oferecidos pelas estatais. A percepção prevalece entre os que têm entre 16 e 24 anos (78%), e os que são contrários às privatizações em geral (80%).

Em relação à corrupção, a pesquisa Datafolha aponta que as opiniões ficam divididas. Para 42%, o nível de corrupção é menor em companhias privadas, enquanto 41% acreditam que as estatais têm menos casos.

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