Descrição de chapéu Folhainvest

Cortes da Opep+ podem empurrar petróleo a US$ 100 por barril, dizem analistas

Liberações de reservas estratégicas nos EUA e França podem ter ajudado a motivar diminuição

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Muyu Xu Joyce Lee
Singapura e Seul | Reuters

Os surpreendentes cortes adicionais de produção do grupo Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados) podem empurrar os preços do petróleo para US$ 100 (R$ 508) o barril, apertar o mercado e as margens das refinarias, disseram analistas e operadores.

Os preços do petróleo saltaram mais de US$ 5 (R$ 25) o barril nesta segunda-feira (3), depois que a Opep+, incluindo a Rússia, anunciaram novos cortes na produção de cerca de 1,16 milhão de bpd (barris por dia) de maio até o resto do ano.

As promessas elevarão o volume total de cortes do grupo desde novembro para 3,66 milhões de bpd, segundo cálculos da Reuters, o equivalente a 3,7% da demanda global.

Sede da Opep, em Viena, Áustria - Leonhard Foeger - 5.dez.2018/Reuters

Esperava-se que a Opep+ mantivesse a produção estável este ano, já tendo cortado dois milhões de bpd em novembro de 2022.

A Rystad Energy disse acreditar que os cortes aumentarão o aperto no mercado de petróleo e elevarão os preços acima de US$ 100 o barril pelo resto do ano, possivelmente levando o Brent tão alto quanto US$ 110 (R$ 559).

O UBS também espera que o Brent chegue a US$ 100 até junho, enquanto o Goldman Sachs elevou sua previsão de dezembro em US$ 5, para US$ 95 (482).

O Goldman disse que as liberações de SPR (reservas estratégicas de petróleo) nos Estados Unidos e na França, devido a greves em andamento, bem como a recusa de Washington em reabastecer seu SPR no ano fiscal de 2023, podem ter motivado a ação da Opep+.

Um funcionário de uma refinaria sul-coreana disse que o corte era uma "má notícia" para os compradores de petróleo e que a Opep estava tentando proteger seus lucros contra as preocupações de uma desaceleração econômica global.

O corte na oferta aumentaria os preços da mesma forma que as economias enfraquecidas deprimem a demanda e os preços dos combustíveis, espremendo os lucros das refinarias, disseram o funcionário do refino sul-coreano e um operador chinês.

Ambos se recusaram a ser identificados, pois não estavam autorizados a falar com a mídia.

A Arábia Saudita disse que seu corte voluntário na produção foi uma medida de precaução destinada a apoiar a estabilidade do mercado.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.