A Virgin Orbit Holdings, de Richard Branson, entrou com pedido de recuperação judicial nesta terça-feira (4). A empresa de lançamento de satélites não conseguiu garantir o financiamento de longo prazo necessário para ajudá-la a se recuperar de uma falha em um foguete em janeiro.
A empresa com sede em Long Beach, Califórnia, entrou com o processo no Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito de Delaware buscando a venda de seus ativos depois de anunciar a demissão de cerca de 85% de seus 750 funcionários na semana passada.
"Neste estágio, acreditamos que o processo do Capítulo 11 representa o melhor caminho a seguir para identificar e finalizar uma venda eficiente e maximizadora de valor", disse o CEO da Virgin Orbit, Dan Hart, em comunicado.
O Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA equivale à uma recuperação judicial: as empresas em dificuldade precisam apresentar um plano para pagar suas dívidas aos credores, em um processo supervisionado pelas autoridades. Com isso, podem evitar a falência.
A empresa listou ativos de cerca de US$ 243 milhões e sua dívida total em US$ 153,5 milhões em 30 de setembro, de acordo com os dados do processo.
A Virgin Orbit abriu o capital em 202, arrecadando US$ 255 milhões em menos tempo do que o esperado. Desmembrada da empresa de turismo espacial de Branson, Virgin Galactic, em 2017, a Virgin Orbit lança foguetes por meio de um avião Boeing 747 modificado para colocar satélites em órbita.
A sexta missão da empresa foi realizada em janeiro com o LauncherOne, o primeiro foguete lançado fora da Grã-Bretanha. No entanto, ele não conseguiu atingir a órbita e a carga de satélites de inteligência dos EUA e do Reino Unido acabou caindo no oceano.
Entre novembro e março, o Virgin Group de Branson forneceu US$ 50 milhões à empresa de lançamento de satélites por meio de dívidas garantidas contra seus equipamentos e outros ativos em caso de falência, de acordo com registros de valores mobiliários.
A Virgin Orbit, que tem aproximadamente 75% de propriedade do Virgin Group, lutou para encontrar novos financiamentos após a falha do foguete de janeiro, interrompendo as operações e dispensando quase todos os seus funcionários em 15 de março para economizar dinheiro.
O anúncio de cerca de 675 demissões em 30 de março ocorreu como resultado da "incapacidade da empresa de garantir um financiamento significativo", disse a Virgin Orbit.
Na época, a Virgin Orbit garantiu US$ 10,7 milhões da Virgin Investments Limited de Branson para financiar indenizações para funcionários e outras despesas vinculadas às demissões, estimadas em US$ 15 milhões.
A Virgin Investments fornecerá US$ 31,6 milhões em dinheiro novo para a Virgin Orbit por meio de financiamento de devedor em posse, disse a Virgin Orbit nesta terça.
A Virgin Orbit tinha um valor de mercado de US$ 65 milhões com base no preço de fechamento de segunda-feira, mais de US$ 3 bilhões abaixo do seu valor há dois anos.
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