Primeira proibição estadual ao TikTok nos EUA, os desafios da CEO do Twitter e o que importa no mercado

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O 1º estado a tentar banir o TikTok

O governador do estado americano de Montana assinou nesta quarta uma lei para banir o TikTok de operar em seu território, a primeira do tipo a ser sancionada nos EUA.

  • A norma está prevista para começar a valer a partir do próximo ano, mas deve ser alvo de uma série de batalhas jurídicas até lá.

Entenda: a lei que proíbe a plataforma chinesa de operar em Montana determina uma multa de US$ 10 mil por dia ao TikTok e para as lojas de apps que não excluírem a rede social de seus catálogos a partir de 1 de janeiro.

  • Não está claro como o estado barraria o funcionamento nos dispositivos de quem tiver baixado o app antes do início da punição.

O TikTok, de propriedade da chinesa ByteDance, disse em comunicado que o projeto de lei "viola os direitos da Primeira Emenda do povo de Montana".

Vale a pena ver de novo. Outras autoridades americanas já tentaram banir a popular rede social do país, sem sucesso.

A ofensiva dos políticos dos EUA contra o TikTok voltou a subir de tom em março deste ano, quando o atual mandatário Joe Biden ameaçou banir o app do país se os chineses da Byte Dance não venderem sua participação na plataforma.

  • Além disso, dezenas de estados já aprovaram leis para impedir que o aplicativo seja baixado em dispositivos do governo.

O temor das autoridades é o mesmo: que o TikTok seja obrigado a entregar dados dos consumidores americanos caso haja uma ordem do governo chinês, conforme manda a lei de segurança nacional local.

  • A rede social chinesa diz que nunca compartilhou dados com o governo chinês e que não o faria se fosse solicitada.
  • Ela ainda reafirma seu plano de custo bilionário que envolve pagar à americana Oracle para armazenar os dados dos usuários do país em território nacional.

Quem é a nova CEO do Twitter

Depois de afugentar dezenas de anunciantes do Twitter com sua chegada ao comando da rede social, Elon Musk escolheu Linda Yaccarino, uma titã da publicidade, para assumir o cargo de CEO da plataforma.

  • O bilionário diz que seguirá como presidente do conselho e será o chefe de tecnologia da empresa.

Quem é Yaccarino: para assumir o Twitter, ela deixou o cargo de diretora de publicidade na NBCUniversal, onde supervisionava um faturamento anual de mais de US$ 10 bilhões e também liderou o lançamento do streaming Peacock.

Ela mantém relacionamento duradouro com praticamente todos os grandes executivos americanos de publicidade e também é uma das presidentes do Fórum Econômico Mundial, onde tem contato estreito com líderes de negócios.

Linda Yaccarino, a noca CEO do Twitter - Laura Cavanaugh/Getty Images via AFP


O maior obstáculo para Yaccarino recuperar a receita com anúncios do Twitter, dizem os executivos do setor, é o próprio dono da rede social.

  • O faturamento da rede com publicidade caiu 50% logo após a chegada de Musk.

Ele acabou afugentando muitos anunciantes da plataforma com seu discurso de liberdade de expressão irrestrita, que durou até a página dois após a rede suspender contas de jornalistas que fizeram reportagens críticas sobre o bilionário e tirar do ar um perfil que rastreava seu jatinho.

Musk, que tem um estilo de gestão centralizador e pouco tolerante a confrontos, seguirá com uma função importante na companhia sendo presidente do conselho –responsável por definir as estratégias da empresa.


Indústria plant-based agora mira preço

As empresas que atuam no Brasil com a venda de alimentos à base de plantas (plant-based) afirmam estar em um terceiro estágio de desenvolvimento.

  • No primeiro, o objetivo era alcançar a experiência sensorial mais próxima possível dos produtos com origem animal.
  • Servir alimentos mais saudáveis em termos de nutrição foi a preocupação da segunda etapa.
  • A atual fase três busca entregar preços acessíveis.

A preocupação vai ao encontro de uma pesquisa da Good Food Institute (GFI), entidade promotora de alternativas a proteínas animais.

  • 85% dos brasileiros entrevistados dizem que a principal barreira para o consumo desse alimento é o preço.

O bolso acaba sendo um empecilho para a evolução da indústria no Brasil, onde os vegetarianos e veganos representam apenas 4% da população, mas os flexitarianos, aqueles que pretendem reduzir o consumo de carne, são 28%.



No país, duas startups dominam o setor de plant-based:

Fazenda Futuro: oferece produtos vegetais que simulam o sabor original das proteínas, principalmente a carne bovina.

  • Ela foi avaliada em US$ 2,2 bilhões (R$ 10,9 bilhões) após uma rodada de investimentos divulgada no fim de 2021.

NotCo: fundada em Santiago, no Chile, ela usa IA (inteligência artificial) e uma base de dados de plantas para criar receitas que simulam alimentos de origem animal, como hambúrgueres, leite, sorvete e maionese.

  • A empresa anunciou no fim do ano passado uma extensão de US$ 70 milhões em sua rodada série D, que a avaliou em US$ 1,5 bilhão (R$7,42 bilhão).

A ata do BC, de acordo o GPT

O Bradesco treinou o ChatGPT para analisar o tom das atas do BC (Banco Central). O resultado sobre o documento da última reunião do Copom foi este:

  • O BC mostrou uma postura ainda rígida da autoridade monetária no combate à inflação, sem sinalizações de uma queda da taxa de juros.

O comentário foi semelhante à análise de economistas do mercado sobre o documento.

Os analistas do Bradesco dizem que a IA pode ajudar a agilizar e a tirar o viés de quem lê o documento, mas tem de ser complementada pela visão humana, que consegue entender todas as variáveis do cenário.

Entenda como foi feito: para treinar o modelo, os pesquisadores do banco fizeram uma série histórica com as últimas 55 atas e 55 comunicados do BC.

A IA deu a cada parágrafo uma pontuação entre -100 a +100. Quanto mais próximo do -100, mais dura a postura da autoridade monetária, e quanto mais próximo do oposto, menos preocupado com a inflação o comitê está. O zero seria um tom neutro.

O somatório das pontuações dos parágrafos é usado para indicar a pontuação para a ata.

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