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XP corta 782 funcionários no 1º trimestre em cenário de juros altos

Perspectivas macro permanecem desafiadoras no Brasil, diz CEO da plataforma de investimentos

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São Paulo

A XP reduziu o quadro de funcionários em 11% no primeiro trimestre deste ano, em um cenário de juros altos que reduz a demanda dos investidores por ativos de maior risco e pressiona negócios de tecnologia.

A plataforma de investimentos encerrou março com 6.146 funcionários, ante 6.928 em dezembro de 2022, com 782 colaboradores a menos, segundo balanço da empresa divulgado nesta segunda (15).

"As perspectivas macro permanecem desafiadoras no Brasil. Continuamos a enfrentar um ambiente de alta taxa de juros semelhante a outras economias ao redor do mundo", afirmou Thiago Maffra, CEO da XP, durante teleconferência para comentar os resultados.

Thiago Maffra, CEO da XP - Gabriel Cabral - 10.mai.2021/Folhapress

Segundo o executivo, ganhos de eficiência por causa do aumento da digitalização das operações da XP contribuíram para a redução do quadro de funcionários.

O excesso de contratações na pandemia também foi citado entre as razões para a redução do quadro de funcionários.

"A XP Inc. demonstrou humildade ao reconhecer alguns excessos cometidos ao longo da pandemia, e agilidade com capacidade de execução para recolocar sua estrutura de custos onde deveria estar, como deveria ser em qualquer empresa de donos", disse Bruno Constantino, sócio e diretor financeiro da XP Inc.

Na teleconferência, a XP sinalizou que não prevê cortes adicionais no quadro de colaboradores.

Maffra acrescentou que o episódio envolvendo a recuperação judicial da Americanas também afetou negativamente o ambiente de negócios no país. "O mercado de capitais e o crédito corporativo seguem pressionados, o que tem impactado a atividade da assessoria financeira, já que muitos investidores estão mantendo seus recursos em produtos líquidos de baixo risco enquanto aguardam a melhora de cenário", disse o executivo.

A XP reportou um lucro líquido de R$ 796 milhões no primeiro quarto do ano, queda de 7% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Analistas, em média, esperavam que a XP apresentasse lucro líquido de R$ 800,8 milhões no período, segundo dados da Refinitiv.

Já a captação líquida da plataforma teve queda de 65% no período, para R$ 16 bilhões, enquanto a receita líquida ficou estável na comparação anual, totalizando R$ 31 bilhões.

Para os próximos trimestres, Maffra afirmou que, frente ao nível elevado de incertezas no mercado, dificilmente o ritmo de captações deve retomar padrões vistos no passado recente.

Segundo os analistas da Guide Investimentos, os números da XP vieram fracos, refletindo o momento difícil de um negócio altamente exposto aos ciclos da renda variável.

"Consideramos o valuation atual da companhia como um ponto para se prestar atenção, mas ainda preferimos exposição a teses mais resilientes e diversificadas como BTG", dizem os analistas da Guide.

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