Entenda o que é nota de crédito e qual a situação do Brasil em 3 agências

Agência de classificação de risco S&P eleva nota de crédito do Brasil a BB com perspectiva estável

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São Paulo

A agência de classificação de riscos Moody´s mudou para positiva a perspectiva do rating do Brasil, que atualmente está em Ba2. Essa decisão é a primeira movimentação da Moody’s desde 2018, quando houve a mudança de perspectiva de negativa para estável.

A classificação Ba2 da Moody's significa grau especulativo, ou seja, há risco de inadimplência mais elevado que nas classificações de grau de investimento, particularmente por mudanças adversas nos negócios e na economia.

É, no entanto, a classificação mais alta dessa categoria, antes da Baa, já no grau de investimento, com risco de crédito moderado.

Em dezembro do ano passado, outra agência de classificação de risco, a S&P Global, elevou a nota de crédito do Brasil de "BB-" para "BB", com perspectiva "estável" para a classificação do país.

A última vez que o Brasil teve nota BB pela S&P foi em janeiro de 2018, quando a agência decidiu rebaixar a classificação de risco do país, no primeiro rebaixamento durante o governo de Michel Temer. Na época, a S&P citou o atraso nas reformas estruturais e as incertezas sobre a eleição presidencial como fatores que pesaram na decisão.

Logo da Fitch em escritório da agência em Londres, no Reino Unido - Reinhard Krause - 3.mar.2016/Reuters

A nota atual do país, BB, ainda é considerada de grau especulativo. Na classificação da S&P, acima há BB+ (também especulativo) e BBB-, quando já é considerado grau de investimento. O Brasil está, portanto, a dois degraus de obter grau de investimento.

O país também está classificado em grau especulativo na terceira grande agência de risco, a Fitch, com nota BB.

Nas duas casas a perspectiva de longo prazo para o país também é "estável".

Entenda o que são as classificações de risco e o que é grau de investimento

Grau de investimento é uma condição atribuída por agências internacionais de classificação de risco a papéis, empresas ou países para definir que se trata de um investimento seguro —ou seja, com baixo risco de calote.

As três agências risco de maior visibilidade no mundo são a Standard & Poor's, a Moody's e a Fitch Ratings.

As notas de crédito têm impacto sobre o custo da dívida de empresas e países. Quanto melhor a classificação, menor tende a ser o desembolso com os juros dos financiamentos, e vice-versa.

Para investidores estrangeiros, a avaliação das agências serve como termômetro para saber se a remuneração de um papel está adequada ao risco do investimento.

As notas de crédito também são importantes para os fundos: muitos deles são impedidos de aplicar em papéis sem grau de investimento. Se um emissor de dívida (país ou empresa) é rebaixado, esses fundos são obrigados a tirar os títulos com grau especulativo da carteira.

As empresas de avaliação de risco são contratadas para fazer essa análise, que é uma opinião.

Apesar disso, argumentam que, mesmo sendo atribuída mediante encomenda de agentes financeiros, a nota de risco é uma avaliação independente e confiável porque há preocupação com a credibilidade da própria agência.

Vale destacar, porém, que, na quebra do mercado imobiliário americano que esteve no epicentro da crise global desencadeada em 2008, papéis do setor que se mostraram "ativos podres" tinham nota máxima das agências de classificação de risco com grau de investimento.

As notas emitidas são expressas na forma de letras e sinais aritméticos.

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