Jogador de futebol diz ter sido alvo de racismo em loja da Zara no Rio

OUTRO LADO: Loja diz estar apurando o ocorrido e que não admite discriminação; testemunhas devolveram compras em protesto

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Rio de Janeiro

A Polícia Civil investiga uma denúncia de racismo ocorrida em uma loja da Zara, localizada em um shopping da zona oeste do Rio de Janeiro. O jogador de futebol Guilherme Quintino afirma ter sido impedido de sair do estabelecimento e obrigado a mostrar onde estavam as peças que desistira de comprar.

Quintino já jogou nos times de base do Flamengo e do Botafogo e, atualmente, está no Volta Redonda.

Polícia Civil investiga uma denúncia de racismo na Zara do BarraShopping, na Barra da Tijuca; Guilherme Quintino afirma que foi impedido de sair da loja e obrigado a mostrar onde estavam peças que desistiu de comprar - Reprodução

Em nota, a Zara afirmou que está apurando o ocorrido e que a abordagem relatada pelo jogador não é a prática da companhia nem reflete seu posicionamento e valores.

O caso foi registrado na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância). Segundo o boletim de ocorrência, o jogador afirma que foi até a Zara, na Barra da Tijuca, no domingo (18), acompanhado de sua namorada para comprar roupas.

Na loja, Quintino usava uma sacola fornecida pela própria loja para transportar algumas peças. No entanto, ele diz ter desistido da compra e pendurado a sacola em um suporte. Ao tentar sair da loja, um segurança teria o abordado e pedido que ele mostrasse onde estavam as roupas que carregava.

"Me senti completamente constrangido, acuado, discriminado. Infelizmente, o racismo existe, a gente vê muito na televisão, mas senti como dói", disse à Folha o jogador.

Ainda de acordo com o registro, o segurança mantinha contato com outra pessoa pelo celular, recebendo direcionamento sobre a abordagem. Quintino mostrou onde havia deixado a sacola, momento em que uma funcionária, branca, encontra as roupas.

O casal filma a situação e clientes que presenciaram o ato passam a apontar a discriminação. Um outro casal aparece nas imagens devolvendo as compras que haviam realizado. "Não vou levar nada de uma loja racista", diz uma cliente, na filmagem.

Imagens de câmeras de segurança e a listagem dos funcionários que estavam trabalhando no momento da abordagem já foram solicitadas.

Em comunicado, a Zara afirmou ainda que não admite qualquer ato de discriminação. Veja a nota na íntegra:

"A Zara é uma empresa que não tolera qualquer ato de discriminação e lamenta que o cliente tenha se sentido discriminado em uma de suas lojas. A empresa ressalta que está reforçando todos os processos e políticas de atendimento com as equipes para que suas lojas sejam sempre um ambiente seguro, acolhedor e inclusivo para todos."

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