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Lula fala em rever política para reduzir juros do consignado e volta a atacar presidente do BC

Presidente critica mais uma vez a taxa de juros no país em transmissão ao vivo nas redes sociais

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Brasília

O presidente Lula (PT) criticou duramente nesta terça-feira (27) a política de juros para o crédito consignado e disse que vai pedir ao ministro Fernando Haddad (Fazenda) e representantes dos bancos para rever essa política e "saber como é que a gente está lesando o povo pobre".

"O que me deixa indignado é o seguinte: o juro, o juro consignado, o crédito consignado, é dado para quem tem emprego garantido, que é descontado no salário, portanto não tem como perder, é 1,97%. E 1,97% vezes 1,97%, juros sobre juros dá quase 30% ao mês", afirmou o presidente, durante transmissão ao vivo.

"Então a minha pergunta é a seguinte: como é que o cara que ganha R$ 2.000, que pega R$ 1.000 no crédito consignado, para pagar 30% ao mês, e eu estou emprestando para os grandes a 10% ao mês. O deles também é caro, quero deixar claro. Mas isso é triplamente caro", completou.

Lula e o jornalista Marcos Uchôa durante a transmissão do segundo Conversa com o Presidente - Ricardo Stuckert - 19 jun. 2023/Presidência da República

Lula também voltou a criticar a alta taxa de juros no país e atacou mais uma vez o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

"Há uma média, não sei o total, de 10% de juros ao ano. É caro. É muito caro. Esse juro poderia ser mais barato, mas é que tem um cidadão do Banco Central, que a gente não sabe quem colocou ele lá, que faz o juros ser 13,75% [ao ano]".

Nesta terça, a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado aprovou um convite para Campos Neto prestar explicações sobre o patamar da taxa de juros. Ao contrário da convocação, neste caso o convidado não é obrigado a comparecer. Um dos requerimentos foi apresentado pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Durante a conversa com o jornalista Marcos Uchôa, Lula afirmou ainda que quer ter uma "prateleira" de terras improdutivas, para evitar as invasões de terra.

"Vamos fazer uma prateleira das chamadas terras improdutivas desse país, e terras devolutas. Que a gente pode fazer assentamento agrário para quem quiser trabalhar no campo sem precisar brigar com ninguém", afirmou.

Lula realizou sua terceira transmissão ao vivo nas redes sociais na manhã desta terça, que foi feita a partir do Palácio da Alvorada. As lives, chamadas de Conversa com o Presidente, são uma tentativa do governo de impulsionar o desempenho do mandatário nas redes sociais.

O governo tem ressaltado que não seguiria o modelo das lives de quintas-feiras do antecessor Jair Bolsonaro (PL), que fazia o seu próprio roteiro e não raro usava o espaço para disseminar fake news e atacar adversários.

As transmissões de Lula são uma espécie de talk show, em que ele é entrevistado pelo jornalista Marcos Uchôa, que o questiona sobre ações do governo e questões mais amenas e pessoais.

Colaborou Thaísa Oliveira, de Brasília

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