Descrição de chapéu União Europeia

Brasil enviará contraproposta à UE nas próximas semanas, diz Lula

Presidente brasileiro falou com repórteres em Bruxelas após participar da cúpula UE-CELAC

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São Paulo | Reuters

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (19) que enviará à União Europeia nas próximas duas ou três semanas uma contraproposta sobre o acordo comercial há muito adiado com o Mercosul.

"Nós elaboramos a resposta brasileira, está sendo discutida e em duas ou três semanas entregaremos a proposta à União Europeia", disse Lula a repórteres após participar da terceira cúpula UE-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) em Bruxelas.

Ele afirmou que acredita que a UE concordará com sua contraproposta.

Lula em púlpito frente a bandeiras do Brasil e da União Europeia
Lula em coletiva de imprensa após participar da cúpula UE-CELAC - François Walschaerts/AFP

A UE e o bloco do Mercosul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, concluíram as negociações em 2019, mas o acordo está suspenso devido a preocupações com o desmatamento na Amazônia e o compromisso do Brasil com ações contra as mudanças climáticas.

Lula prometeu reformular a política climática brasileira.

A Comissão Europeia propôs anexar um apêndice ao acordo para demonstrar compromissos com o desmatamento e outras áreas de sustentabilidade e aguarda a resposta do Mercosul.

"Pela primeira vez estou otimista de que concluiremos este acordo ainda este ano, e seria muito bom se pudéssemos concluir este acordo durante a presidência da Espanha", afirmou Lula.


"Foi uma reunião extremamente exitosa. Acho que de todas as reuniões que participei com a União Europeia, essa foi a mais exitosa. Há oito anos não havia reunião da Celac. A participação de 60 países demonstrou de forma inequívoca o interesse da União Europeia de voltar seus olhos para a América Latina", disse o presidente.

Lula falou sobre a intenção da UE de oferecer US$ 100 bilhões para combater o desmatamento das florestas e repetiu a promessa de combater a devastação da Amazônia.

"Em agosto, teremos pela primeira vez em 45 anos uma reunião com todos os países amazônicos para discutir uma estratégia em defesa do território amazônico, levando em conta que na Amazônia da América do Sul tem 50 milhões de seres humanos que precisam de qualidade de vida", afirmou.

O presidente disse também que o Brasil vai entrar na bioeconomia e servir de exemplo na preservação do planeta.

Na entrevista, Lula mencionou as alterações propostas pelo Brasil para o capítulo que trata de compras governamentais. Uma ala do governo vê o acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul em risco com as alterações.

"Nós não abrimos mão das compras governamentais, porque são instrumento de desenvolvimento interno", disse. "A compra governamental é o instrumento de desenvolvimento industrial de cada país. Por que um país com o tamanho do Brasil vai abrir mão? A França e a Alemanha, por exemplo, sabem que isso é uma questão de soberania. Por que não pode ser importante para nós? Temos que aprender que em negociação a gente não ganha tudo o que quer, mas também não cede tudo. Eu estou disposto e o Mercosul também".

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