Embraer avalia projeto para lançar avião e enfrentar Boeing e Airbus, diz jornal; empresa nega

Companhia brasileira afirma que não tem planos para um grande ciclo de gastos

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São Paulo

A fabricante de aviões brasileira Embraer negou nesta quarta-feira (1°) que esteja planejando desenvolver um novo jato para competir diretamente com os modelos mais vendidos da Boeing e da Airbus, como havia publicado o jornal The Wall Street Journal.

De acordo com o diário americano, a Embraer estuda a possibilidade de criar um novo avião "narrow-body", como é conhecido o modelo com um único corredor e fuselagem estreita. A aeronave seria a primeira no mundo da próxima geração e viria para concorrer com Boeing e Airbus, que dominam o setor.

A empresa brasileira negou as informações e disse não ter planos "para um ciclo considerável de investimentos neste momento".

Lula participa de evento na Embraer em 26 de abril
Lula participa de evento na Embraer em 26 de abril - Miguel Schincariol - 26.abr.2024 / AFP

O Wall Street Journal afirma ter ouvido pessoas próximas à área de estratégia e planejamento, que disseram que avaliações internas da companhia apontaram que ela tem conhecimento tecnológico e capacidade de fabricação para desenvolver o projeto da nova geração deste tipo de aeronave.

A intenção, segundo o Wall Street Journal, seria fazer com que a Embraer lançasse o concorrente dos modelos 737 Max da Boeing e A320 da Airbus, tendo a vantagem de já entregar uma versão atualizada do avião "narrow-body".

O jornal afirma que o movimento seria uma "aposta decisiva" para a estratégia da Embraer, que já teria consultado eventuais investidores como o fundo de investimento público da Arábia Saudita e empresas de peças na Turquia, Índia e Coreia do Sul.

O projeto da Embraer viria em um momento que a Airbus estima que o seu novo avião "narrow-body" será lançado daqui a mais de dez anos, na segunda metade da década de 2030, e a Boeing afirma não ter os US$ 50 bilhões que diz ser necessário para desenvolver o sucessor do 737 Max.

A Boeing, aliás, vem enfrentando uma série de questionamentos neste ano, após uma tampa de porta ter se soltado em pleno voo em janeiro. A companhia foi alvo de investigação e autoridades da aviação civil dos EUA impuseram restrições na produção do modelo 737 Max, além de exigir uma série de procedimentos internos para melhoria do controle de qualidade.

A empresa anunciou que teve um prejuízo de US$ 355 milhões no primeiro trimestre deste ano e queimou quase US$ 4 bilhões em caixa no mesmo período. O CEO da Boeing, Dave Calhoun, também divulgou que deixará o cargo no final de 2024.

Embraer nega plano

Um porta-voz da Embraer ouvido pelo Wall Street Journal disse que a empresa não tem planos para desenvolver um projeto de grande porte e que está priorizando a venda de seus modelos atuais.

"A Embraer certamente tem capacidade para desenvolver uma nova aeronave de fuselagem estreita. No entanto, temos um portfólio jovem e de muito sucesso de produtos desenvolvidos nos últimos anos, e estamos realmente focados em vender esses produtos e tornar a Embraer maior e mais forte", disse um porta-voz da Embraer à agência de notícias Reuters.

Com informações da Reuters

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