Descrição de chapéu Caixa Econômica Federal

Caixa limpa 225 mil nomes pelo Desenrola e prepara mutirão de atendimento na sexta

Em dois dias de operações, banco público renegociou 10 mil contratos de pessoas inadimplentes

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Brasília

A Caixa Econômica Federal já limpou o nome de 225 mil pessoas com dívidas de até R$ 100 na primeira fase do Desenrola Brasil e prepara um mutirão de atendimento à população para renegociação de débitos na próxima sexta-feira (21).

"A Caixa quer potencializar a renegociação de dívidas. A ação vai de encontro à linha dada pela Fazenda da importância de desnegativar a população brasileira para que as pessoas possam voltar a ter crédito e possam voltar a consumir", afirmou a presidente do banco, Maria Rita Serrano.

Imagem mostra entrada de uma agência da Caixa Econômica Federal localizada em Bonsucesso, zona norte do Rio de Janeiro. Uma fila de correntistas aguarda para entrar na unidade do banco.
Caixa abrirá agências mais cedo nesta sexta (21) em ação no Desenrola Brasil; na imagem, unidade do banco em Bonsucesso, zona norte do Rio de Janeiro (RJ) - Eduardo Anizelli - 9.ago.2022/Folhapress

Nos dois primeiros dias de operações do Desenrola, o banco público renegociou 10 mil contratos de pessoas inadimplentes. De acordo com a Caixa, 90% dos contratos foram liquidados já com descontos por menos de R$ 2.000. Cheque especial, cartão de crédito e crédito consignado eram as principais causas de endividamento dos brasileiros.

No chamado "Dia do Desenrola", na sexta, todas as agências da Caixa vão abrir com uma hora de antecedência para mobilização voltada ao programa recém-lançado pelo governo Lula (PT). Nos postos de atendimento, os clientes poderão renegociar suas dívidas para pagamento à vista, com descontos de até 90% (a depender do perfil), ou parcelamento em até 96 meses.

Remover a negativação dos devedores é uma contrapartida exigida pelo governo para as instituições financeiras participarem do Desenrola. Segundo estimativa do ministro Fernando Haddad (Fazenda), o programa pode limpar 2,5 milhões de nomes se todos os bancos aderirem.

Após a Caixa, o Bradesco divulgou que limpou o nome mais de 580 mil clientes. No total, o banco renegociou 621 mil dívidas de até R$ 100 desde segunda-feira. Já o C6 retirou o nome de 456 mil pessoas da lista de inadimplentes. O ministério da Fazenda anunciou que as instituições financeiras têm até 28 de julho para realizar a operação.

Além do Desenrola, a Caixa também quer impulsionar a campanha Tudo em Dia, voltada exclusivamente para os clientes do banco. A instituição prevê que 400 mil micro e pequenas empresas, além de pessoas físicas, podem ser beneficiadas pela ação.

O volume de contratos que se enquadram nos dois programas de renegociação de dívidas é de 17,8 milhões, com um passivo de aproximadamente R$ 22 bilhões.

Na sexta, todos os 63 mil funcionários da Caixa participarão do mutirão para viabilizar o serviço para a população. A ação será acompanhada de perto pela presidente, que visitará agências em Brasília, e pela alta administração, que coordenará o atendimento nas capitais brasileiras.

Além do atendimento antecipado em agências físicas, a Caixa disponibilizará um caminhão-agência em Santos (SP).

A Caixa divulgou que, na Faixa 2 do Desenrola, os clientes poderão pagar à vista com descontos de até 90%, ou parcelar a dívida em até 96 meses (oito anos), com juros a partir de 1,18% ao mês.

Atualmente, na faixa 2 do Desenrola, podem aderir quem tem dívida bancária que gerou a negativação entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022. O participante com renda entre R$ 2.640 (dois salários mínimos) e R$ 20 mil por mês terá prazo mínimo de 12 meses para pagar.

Para negociar a dívida, além das agências bancárias, o correntista pode usar o aplicativo Cartões Caixa, o site da Caixa Desenrola ou os telefones 0800-104-0104 (que também pode ser acionado pelo WhatsApp) e 4004-0104 (capitais e regiões metropolitanas).

Não há limite da quantia a ser quitada. Caso a instituição financeira não participe do programa, o correntista pode fazer a portabilidade da dívida para outro banco, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Rede de atendimento compartilhada entre bancos públicos

A Caixa, o Banco do Brasil, o BNB (Banco do Nordeste) e o Basa (Banco da Amazônia) firmaram nesta quarta-feira (19) um acordo que tem, entre outros objetivos, a ampliação da rede de atendimento e de acesso a serviços dos bancos federais.

A assinatura do protocolo de intenções que estabelece a criação de um grupo de trabalho para discutir parcerias foi feita na sede da Caixa, em Brasília, pelos presidentes das instituições –Maria Rita Serrano (Caixa), Tarciana Medeiros (BB), Luiz Lessa (Basa) e Paulo Câmara (BNB), que participou do evento de maneira virtual.

Também esteve presente no encontro o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.

As instituições estudam unificar o atendimento aos clientes dos quatro bancos públicos em um caixa eletrônico compartilhado. Isso permitirá que seus correntistas possam sacar ou fazer pagamentos em qualquer um destes postos espalhados pelo país.

Futuramente, as 21 milhões de famílias contempladas pelo Bolsa Família poderão receber o pagamento do benefício em qualquer um dos quatro bancos federais. Hoje, a operação é efetuada pela Caixa.

Inicialmente, o plano terá como foco fazer a integração de 9.000 agências dos bancos envolvidos. Uma vez concluída essa etapa, também serão agregadas 13 mil lotéricas da Caixa. A ideia é, assim, unificar 22 mil unidades de atendimento nos municípios brasileiros.

A expectativa da presidente da Caixa é que o serviço integrado já esteja disponível para a população no fim deste ano, mas o prazo dependerá do processo de adaptação dos sistemas tecnológicos das instituições.

"O intuito dessa nossa parceria vai de encontro ao desejo do governo federal de que haja uma sinergia entre as atividades públicas desses bancos, no sentido de ganhar economia de escala, ganhar qualidade no atendimento aos clientes e à população", disse Serrano.

A Caixa pondera que quaisquer propostas que sejam apresentadas pelo grupo de trabalho serão submetidas à aprovação da governança de cada banco, sem obrigatoriedade de implementação.

Hoje, a Caixa mantém uma parceria com o BNB para compartilhamento de rede, mais de 100 convênios de pagamento e recebimento com empresas privadas e um datacenter construído por meio de PPP (parceria público-privada) com o Banco do Brasil –inaugurado em 2013 em Brasília.

Colaborou Vinicius Barboza, de São Paulo

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