Descrição de chapéu Barbie inflação

Varejistas globais lucram com Barbie mania

Empresas aproveitam o hype para convencer clientes a comprar itens mais caros e aumentar suas receitas

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Reuters

Consumidores ao redor do mundo estão comprando brincos de argola, perfumes, macacões e vestidos da Barbie, aproveitando uma enxurrada de ofertas de varejistas que tentam lucrar com o lançamento do filme, reacendendo a mania da boneca de plástico e seu universo rosa.

Com muitos consumidores gastando menos em meio ao aperto da inflação, os varejistas estão aproveitando a oportunidade para convencer os clientes a comprarem itens mais caros e aumentar suas receitas.

A vasta gama de produtos e as associações de marcas, muitas delas voltadas para adultos, são uma aposta na viagem nostálgica que a Barbie representa para muitos que brincaram com a boneca na infância.

Consumidora em setor temático da Barbie em loja da Zara de Nova York - Arriana McLymore - 20.jul.2023/Reuters

A Mattel, proprietária da marca, pretende que o filme renove o apelo nostálgico da boneca e, ao mesmo tempo, incorpore a Barbie ao psicológico de uma nova geração.

"Acho que nunca vimos tantas parcerias surgindo de um filme", disse Jo Ashdown, sócia-gerente da Mando-Connect, uma agência de parceria de marcas que faz parte da WPP.

A coleção "Barbie" da Zara, por exemplo, foi lançada na segunda-feira e conta com 17 peças de vestuário e acessórios infantis, incluindo maiô rosa, mochila e tênis, mas a oferta para mulheres é muito mais ampla, com 85 itens. Os homens também podem aderir com um terno fúcsia ou botas de caubói e camisa jeans para combinar com os estilos usados por Ryan Gosling em seu papel como o namorado da Barbie, Ken.

Marcas de vestuário e calçados, da H&M à Primark, Gap, Superga e Crocs, lançaram coleções da Barbie.

O perfume Barbie, da Zara, os brincos de argola e o moletom rosa com capuz estavam esgotados na quarta-feira (19) no site da marca no Reino Unido. Um blazer fúcsia com paletó duplo para homens, ao preço de 89,99 libras (US$ 116,04, R$ 554), também estava fora de estoque.

Um moletom Barbie com capuz da Gap para mulheres estava disponível online apenas em um tamanho, enquanto um par de Crocs da Barbie, com preço de US$ 59,99 (R$ 286) —US$ 10 a mais do que os Crocs normais— estava esgotado no site da varejista. A marca de malas Beis tinha uma lista de espera para todos os três tamanhos de malas na cor rosa Barbie, com um preço mais alto do que sua gama de cores habitual.

O Walmart lançou bonecas Barbie em vários tons de pele e penteados por US$ 45 para colecionadores.

No Brasil, varejistas populares como Lojas Renner e C&A mostravam em seus sites coleções de roupas para adultos inspirados nas cores da boneca. Na rede de alto padrão Arezzo a hastag "#barbiecore" estampava produtos da cor rosa "tom do momento".

A mania vai além dos varejistas, com os hotéis Hyatt e Hilton oferecendo suítes de hotel com a temática Barbie em cidades como Bogotá, na Colômbia, e Kuala Lumpur, na Malásia.

A grande quantidade de mercadorias —de tapetes a escovas de dente— levanta a possibilidade da marca se estender demais, mas uma ênfase renovada na diversidade e na inclusão da Mattel, dos parceiros varejistas e do próprio filme poderia proporcionar novidade suficiente para manter as pessoas interessadas.

"Todo mundo pode ser uma Barbie ou um Ken", disse James Zahn, editor da revista The Toy Book. "Acho que isso ajudou a aumentar a marca sem saturá-la demais."

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