123milhas pede recuperação judicial, JPMorgan aumenta aposta no C6 e o que importa no mercado

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São Paulo

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123milhas pede RJ

A 123milhas, agência de turismo em crise desde 18 de agosto, quando suspendeu os pacotes de passagens flexíveis, entrou com pedido de recuperação judicial nesta terça. Na ação, a empresa declara dívidas de R$ 2,308 bilhões.

Entenda: um pedido de recuperação judicial (RJ) costuma ser feito para suspender o pagamento de dívidas e evitar que a empresa vá à falência.

  • Se ele é aceito, a companhia consegue evitar a cobrança dos vencimentos e ganha tempo para organizar um plano de pagamento, que costuma envolver desconto no valor das dívidas.
  • A 123milhas pede uma pausa pelo prazo de 180 dias de ações de credores e consumidores que tenham ido à Justiça após a interrupção de serviços.

Nesses processos, a prioridade do pagamento é das dívidas trabalhistas e tributárias. Os clientes lesados devem ser os últimos a receber, dizem especialistas em direito do consumidor.

  • Ainda assim, a orientação é para que o consumidor acione o Judiciário (veja aqui como) para garantir ao menos algum ressarcimento além dos vouchers oferecidos pela empresa.

A justificativa: no pedido de RJ, os advogados destacam os postos de trabalho gerados pelas duas empresas –123milhas e HotMilhas, 427, no total—, além de "centenas de empregos indiretos".

Eles dizem que a empresa não tem conseguido honrar com a entrega dos pacotes promocionais e que o produto corresponde a apenas 5% do total de clientes, ou 250 mil de um universo de 5 milhões atendidos ao ano.

A defesa diz na ação que apenas em Belo Horizonte, onde a empresa tem sede, são ajuizadas, em média, quatro ações por hora contra a plataforma de turismo.

Fundada por dois irmãos em 2016, a empresa que agora pede recuperação judicial já foi a maior anunciante do país. Saiba mais sobre a história da 123milhas.


JPMorgan aumenta aposta no C6

O bancão americano JPMorgan aumentou sua participação de 40% para 46% no C6 Bank, fintech brasileira fundada em 2019 por ex-sócios do BTG Pactual. Os valores da transação não foram divulgados.

Em números: a fatia de 40% havia sido comprada em 2021, marcando a entrada do banco americano no varejo brasileiro numa época que chovia dinheiro para startups brasileiras.

  • Agora, o aporte do JPMorgan dá um fôlego para a fintech, que fechou o ano passado com prejuízo de R$ 2,2 bilhões, piora ante resultado negativo de R$ 692 milhões no ano anterior.

No começo deste ano, a empresa se juntou à lista de startups que promoveram demissões para cortar custos. Ela disse na época que eram "readequações" e que tinha o objetivo de encerrar 2023 com 800 novos profissionais.

O C6: com 26 milhões de clientes (dados do BC de junho), o banco foi um dos primeiros no país a oferecer contas com saldo em dólar, no final de 2019.

  • A partir de fevereiro deste ano, a modalidade passou a ser disponibilizada aos clientes pessoa jurídica.
  • A fintech também oferece contas em euro e plataforma de investimentos internacionais aos correntistas.

Por falar em contas em dólar…A XP lançou nesta terça aos clientes sua conta global com cartão de débito para compras internacionais.

  • O principal benefício é a alíquota reduzida de IOF, que é de 1,1%, enquanto compras no exterior com cartões emitidos aqui têm cobrança de 5,38%.

A corretora agora se junta a uma lista de instituições grandes e novatas que já oferecem a modalidade.

Fazem parte dela o próprio C6, o Inter, a Avenue (corretora comprada pelo Itaú), o Bradesco e a fintech Nomad, que anunciou captação de US$ 60 mi na semana passada justamente para se fortalecer nessa briga.


Comércio é contra fim do parcelamento sem juros

Oito em cada dez (81%) pequenos comerciantes da cidade de São Paulo são contrários ao fim da venda parcelada sem juros no cartão de crédito, mostra pesquisa Datafolha.

Uma fatia de 15% é favorável à proposta, 3% são indiferentes e 1% não opinou.

Mais números: 81% dos comércios pesquisados fazem vendas sem juros no cartão de crédito.

  • Destes, a venda parcelada sem juros corresponde, em média, a 50% das operações com cartão de crédito e a 45% do faturamento mensal.

O levantamento foi feito com 306 estabelecimentos comerciais de pequeno porte (até 49 funcionários), tem margem de erro de 6 pontos percentuais considerando um nível de confiança de 95%.

Entenda a polêmica: a discussão envolvendo as compras parceladas sem juros no cartão voltou a esquentar no início do mês.

Foi quando o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que uma tarifa sobre essas compras poderia ser uma das soluções para diminuir as taxas de juros cobradas no rotativo do cartão de crédito.

Quem é contra a mudança: empresas de maquininhas de cartão e representantes de varejistas. Eles dizem que a medida afetaria o consumo dos brasileiros em um ambiente já dificultado pelos juros altos.

Quem é a favor: os bancos, representados pela Febraban, que pedem um redesenho da modalidade. A instituição afirma que "o subsídio cruzado crescente entre os financiamentos com juros e sem juros é a principal causa-raiz dos altos juros do rotativo do cartão de crédito".


Nova low cost no Brasil

A Arajet, companhia aérea dominicana caracterizada como low cost (baixo custo), vai passar a operar no Brasil a partir de setembro, com voos de ida e volta de São Paulo a Santo Domingo, na República Dominicana.

  • A companhia foi fundada em setembro do ano passado e atua em 22 países.

As rotas: os voos partirão de Guarulhos nas segundas, quartas e sextas.

  • Ao desembarcar, os passageiros poderão pegar um ônibus para Punta Cana, oferecido pela companhia, ou seguir viagem para outros países. A Arajet também atua no Canadá e no México.
  • A passagem conta com bagagem de mão de até 10 kg –para despachar malas maiores, é necessário pagar US$ 55 a mais, em cada trecho.

Os preços: as passagens custarão, em média, US$ 475 (R$ 2.315) ida e volta. O trecho de 22 a 28 de setembro, por exemplo, custa US$ 653 (R$ 3.183), com taxas e impostos.

  • Em comparação, um bilhete da Gol para o mesmo destino e nas mesmas datas custa R$ 4.556.

Outros custos: os lanches e bebidas serão vendidos por comissários de bordo, e um copo de água, por exemplo, custará US$ 2. No cardápio ainda há cerveja dominicana.

  • Veja aqui os locais onde a Arajet atua.
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