A economia da China registrou deflação pela primeira vez em mais de dois anos, em um dos indicativos mais claros dos desafios enfrentados pelos formuladores de políticas para reanimar o consumo do país.
O índice de preços ao consumidor caiu 0,3% na comparação anual em julho. No mês anterior, os preços se mantiveram estáveis. O índice de preços ao produtor, que mede a variação nos preços recebidos pelos produtores, caiu 4,4% em julho.
Os preços ao consumidor, que caíram pela última vez em fevereiro de 2021, estavam beirando a deflação há meses, desde que o ímpeto econômico da China não se recuperou com a força esperada após a suspensão das restrições à pandemia no início deste ano.
A mudança para a deflação deve alimentar pedidos de mais estímulos do governo em um momento em que os formuladores de políticas também enfrentam uma desaceleração do setor imobiliário e fraqueza no comércio.
Dados divulgados nesta terça-feira (8) mostraram que as exportações de julho caíram 14,5% ano a ano, a queda mais acentuada desde o início da pandemia.
As ações da China ampliaram as perdas nesta quarta-feira, com os preços ao consumidor caindo em deflação e com os mercados aguardando mais medidas de estímulo para reavivar os gastos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou em queda de 0,31%, enquanto o índice de Xangai caiu 0,49%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 0,32%.
"A economia chinesa agora corre sério risco de cair em um episódio deflacionário que pode desencadear um ciclo vicioso descendente no crescimento e na confiança do setor privado", disse Eswar Prasad, especialista em finanças da China na Cornell University.
O governo chinês tem como meta uma taxa de inflação média de 3% ao longo de 2023, destacando a crescente divergência entre as expectativas oficiais e a realidade no terreno.
Com Reuters
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