A Infraestrutura Brasil Holding XXI S.A., controlada pelo Grupo Pátria, levou o primeiro de seis lotes de estradas que cortam o Paraná em leilão realizado na tarde desta sexta-feira (25), na B3.
Ela propôs um desconto de 18,25% na tarifa por quilômetro rodado, além de um aporte de R$ 25 milhões.
A outra única concorrente no leilão, a Infraestrutura PR, do Grupo Equipav, apresentou um desconto de 8,30%.
O primeiro lote abrange uma extensão total de 473 km, compreendendo as BR-277/373/376/476/PR e as PR-418/423/427.
Serão cinco praças de pedágio, nas cidades de São Luiz do Purunã (BR-277), Lapa (BR-476), Porto Amazonas (BR-277), Imbituva (BR-373) e Irati (BR-277).
De acordo com o governo do Paraná, as tarifas nas praças de pedágio ficarão até 38,18% mais baratas em comparação com a última tarifa cobrada, em novembro de 2021, ainda nos contratos antigos.
Segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), a abertura das praças de pedágio deve ocorrer no primeiro trimestre de 2024.
A homologação do resultado deste primeiro leilão será dia 27 de outubro e a assinatura do contrato está prevista para até 29 de dezembro. O prazo de concessão é de 30 anos.
O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), foi quem "bateu o martelo" no leilão em São Paulo. A licitação, contudo, foi conduzida pelo governo federal.
Também presente no leilão, o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), disse que a concessão do lote 1 é a primeira do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
No total, o governo federal pretende conceder seis lotes de estradas no Paraná, um conjunto de rodovias federais e estaduais que somam 3.376 km. O leilão do segundo lote deve ocorrer em setembro.
O ministro dos Transportes sinalizou nesta sexta, durante entrevista à imprensa, que os editais de licitação de mais dois lotes devem ser publicados no início do ano que vem.
Ainda não há previsão em relação aos dois últimos lotes.
Em relação aos investimentos (Capex) previstos para o lote 1, o valor estimado é de R$ 7,9 bilhões, sendo que 47% desse valor deve ser destinado à expansão e melhoria de capacidade das rodovias.
Segundo o edital, 344 quilômetros serão duplicados e 210 quilômetros receberão faixas adicionais (terceiras faixas).
Além disso, as rodovias terão nove Bases de Serviços Operacionais e de Atendimento ao Usuário, com três ambulâncias tipo D, destinada ao suporte avançado de vida (semelhante a UTI), além de sete ambulâncias tipo C.
A concessionária também deve oferecer um sistema de serviço de atendimento mecânico, com seis guinchos leves, quatro guinchos pesados, além de dois caminhões pipa e dois caminhões gaiola.
Segundo o governo do Paraná, a concessão do lote 1 deve gerar, entre empregos diretos e indiretos, mais de 80 mil postos de trabalho.
As estradas no chamado Anel de Integração do Paraná estão sem concessionárias de pedágio há quase dois anos, quando se encerraram contratos feitos ainda na década de 1990.
As tarifas eram consideradas altas pelos usuários nos contratos antigos, que também ficaram marcados por escândalos de corrupção, envolvendo empresários e agentes públicos. "[O leilão] É o final de uma história trágica", disse Ratinho Junior.
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