Navio 'movido a vento', projetos com IA nas universidades e o que importa no mercado

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São Paulo

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Uma das apostas para tornar a indústria marítima menos poluente está a caminho do Brasil em sua viagem inaugural. Trata-se de um navio de carga produzido na China e equipado com velas especiais, que está fazendo seu primeiro teste para valer.

A embarcação foi fretada pela empresa de transporte marítimo Cargill para uma viagem prevista de seis semanas, mostra reportagem da BBC News.

Entenda: o navio tem duas velas (também chamadas de "asas") de 37,5 metros de altura cada uma. Elas servem como uma alternativa ao motor para "empurrar" o navio, o que gera uma economia de combustível.

  • As velas são produzidas com o mesmo material das turbinas eólicas para torná-las mais duráveis.
Cargueiros movidos a energia eólica podem ajudar indústria a caminhar em direção a um futuro mais verde - Divulgação/Cargill

Por que importa: os fabricantes estimam que cada asa gere uma economia de uma tonelada e meia de combustível por dia. Pelas contas deles, as emissões de um navio de carga podem ser reduzidas em até 30%.

  • A indústria naval produz 837 milhões de toneladas de CO2 por ano e concordou em julho com um plano para zerar as emissões até 2050.
  • As asas são defendidas pelos fabricantes como uma alternativa de curto prazo aos combustíveis de carbono zero, uma solução também esperada pelo setor aéreo, mas cujo desenvolvimento ainda patina.

Obstáculos: pelo seu tamanho, as velas podem dificultar o descarregamento de contêineres dos navios.

  • Há ainda o problema do prazo da viagem, já que o uso das asas no lugar do motor diminui a velocidade das embarcações.

IA em universidades brasileiras

Pesquisadores em universidades brasileiras têm trabalhado com soluções de inteligência artificial para assuntos diversos. É o caso de detecção de emoções e pesagem de boi por fotografia, por exemplo.

Veja alguns projetos em desenvolvimento:

O projeto:
tese de doutorado na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) tenta fazer a detecção precoce do câncer de mama pelo exame de sangue.

  • Para que a IA é usada: para identifica padrões e diferenças em milhares de exames com conhecimento prévio sobre a existência ou não câncer de mama.
  • Qual o objetivo: entender se a mulher está numa faixa de risco mais alta para o câncer de mama apenas com o exame de sangue.

O projeto: ferramenta desenvolvida pela UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) com o Instituto Federal do estado para que o agricultor faça a pesagem do gado com uma foto de celular.

  • Para que a IA é usada: fazer o cálculo do peso a partir de modelos matemáticos e medidas morfométricas, com a ideia de predizer as informações da carcaça do animal.
  • Qual o objetivo: fornecer uma informação relevante para o pequeno e médio produtor, que não costumam ter balança em suas propriedades.

O projeto: estudo da UFLA (Universidade Federal de Lavras) tenta identificar, pelos sinais elétricos gerados pelo cérebro, qual emoção a pessoa estava sentindo.

  • Para que a IA é usada: a partir de um banco de dados de laboratórios dos EUA, a ferramenta é treinada para identificar qual emoção a pessoa estava sentindo.
  • Qual o objetivo: a tecnologia pode ser utilizada em uma pessoa que esteja acamada, sem condições de se comunicar.

O projeto: pesquisa da Unesp pode diminuir a análise de um asteroide de meses para alguns segundos.

  • Para que a IA é usada: foram testadas três redes neurais artificiais distintas para analisar a dinâmica dos asteroides.
  • Qual o objetivo: reduzir o tempo de análise e permitir a identificação de famílias jovens de asteroides.

1, 2, 3 problemas

Consumidores afetados pela suspensão dos pacotes promocionais da 123milhas podem ter que pagar o dobro em novas passagens para o mesmo destino com o voucher que está sendo oferecido pela companhia.

Entenda: a agência de viagens disse na sexta que as passagens vendidas na modalidade "Promo" estão suspensas de setembro a dezembro deste ano –com exceção de quem teve o bilhete ou o localizador emitidos.

  • A empresa afirmou que os clientes prejudicados serão ressarcidos com vales, com valor corrigido em 150% do CDI ao mês.
  • Eles valerão por até 36 meses, mas só poderão ser usados em outros produtos do site (passagens aéreas, hotéis ou pacotes).

As reclamações: além de afirmar que o valor do voucher não é o suficiente para comprar uma nova passagem, os clientes reclamam que os vales estão sendo emitidos "em parcelas".

  • O problema é que, no momento da compra de um novo pacote, a plataforma aceita a inserção de apenas um cupom por vez.

O que fazer? O Procon afirma que o Código de Defesa do Consumidor dá ao cliente três opções em casos como este: pedir uma nova passagem, aceitar o vale-compra ou solicitar a devolução do dinheiro.

Como a empresa apenas oferece os vouchers, quem não aceitar pode reclamar no site do Procon e deve anexar o maior número de documentos possíveis. Outro caminho é questionar no consumidor.gov.br.

Há também a opção de acionar a 123milhas na Justiça. A ação pode ser aberta no Juizado Especial Cível, sem advogado (explicamos aqui).

Em nota, a 123milhas confirma que está oferecendo vouchers divididos para "possibilitar ao cliente diferentes tipos de compra", fazendo com que o cliente tenha "mais flexibilidade e liberdade de escolha do que com um só voucher no valor total".

Além disso, a companhia afirma que vai pagar os vales-compra com correção de 150% do CDI e diz que eles podem ser usados "por qualquer pessoa para compra de outros produtos da 123milhas".


Paulo Guedes + Primo Rico

O ex-ministro Paulo Guedes (do então Ministério da Economia, hoje Fazenda) se uniu ao influenciador financeiro Thiago Nigro, conhecido como Primo Rico, para lançar um curso de macroeconomia.

Entenda: o projeto é um MBA digital chamado de Macroeconomia e Portfolio Management (gerenciamento de portfólio). As inscrições para o curso serão abertas no fim de setembro, após quatro aulas gratuitas de Guedes.

  • Eles disseram que as aulas têm o objetivo de "formar profissionais capazes de interpretar cenários econômicos e tomar as melhores decisões de investimentos".

Outros projetos de Guedes desde sua saída do governo:
Sócio e presidente do conselho de administração da Legend Capital, gestora com R$ 11 bilhões investidos. Ele deve liderar uma área voltada à reestruturação de empresas.

  • A Legend também atua com assessoria de investimentos, que é vinculada ao banco BTG Pactual. Guedes foi um dos fundadores do Pactual nos anos 1980, que hoje é o banco comandado por André Esteves.

↳ Gestora focada em sustentabilidade: o ex-ministro montou uma firma junto com Gustavo Montezano (ex-presidente do BNDES), Joaquim Leite (ex-ministro do Meio Ambiente), Roberto Azevêdo (ex-Organização Mundial do Comércio) e Rodrigo Xavier (ex-CEO do UBS Pactual), segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

  • Chamada de Yvy, o primeiro passo da gestora no mercado deve ser a abertura de um fundo de private equity (veículo que investe em empresas de capital fechado).
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