Tesla é processada nos EUA por suposto assédio a trabalhadores negros

Comissão diz que funcionários foram submetidos a insultos e pichações de suásticas; empresa não comenta

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Daniel Wiessner
Reuters

Uma agência de direitos civis dos Estados Unidos processou a Tesla nesta quinta-feira (28), alegando que a montadora de carros elétricos tolerou assédio severo a funcionários negros em sua principal fábrica de montagem em Fremont, na Califórnia.

A Comissão de Igualdade de Oportunidades de Emprego (EEOC, na sigla em inglês), uma agência do governo dos EUA, disse na ação movida no tribunal federal da Califórnia que, de 2015 até o presente, os trabalhadores negros na fábrica da Tesla têm sido rotineiramente submetidos a insultos racistas e pichações, incluindo de suásticas.

Fábrica da Tesla em Fremont, na Califórnia
Fábrica da Tesla em Fremont, na Califórnia - Stephen Lam - 12.mai.2020/Reuters

A Tesla não investigou reclamações de conduta racista e demitiu ou retaliou trabalhadores que relataram assédio, disse a EEOC no processo.

A companhia não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. O preço de suas ações subiu 2,4% nesta quinta-feira, para US$ 246,38.

A Tesla já enfrenta vários processos por discriminação racial que fazem reivindicações semelhantes, incluindo uma ação coletiva movida por trabalhadores da fábrica de Fremont e uma ação judicial movida por uma agência de direitos civis da Califórnia. A empresa, nesses casos, disse que não tolera discriminação e leva a sério as reclamações dos trabalhadores.

A EEOC disse no processo que começou a investigar a Tesla depois que a presidente da comissão de cinco membros, Charlotte Burrows, apresentou uma queixa interna contra a empresa.

Depois de descobrir no ano passado que havia "causa razoável" para acreditar que a Tesla havia violado a lei federal que proíbe a discriminação racial no local de trabalho, a agência tentou e não conseguiu firmar um acordo com a empresa, de acordo com o processo.

Burrows, em comunicado, disse que o combate ao assédio generalizado no local de trabalho é uma prioridade para a EEOC.

"Todos os funcionários merecem que os seus direitos civis sejam respeitados e nenhum trabalhador deve suportar o tipo de intolerância racial vergonhosa que a nossa investigação revelou", disse.

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