Descrição de chapéu Folhainvest

Bolsa acompanha exterior e volta a cair puxada por ações da Weg

Companhia divulgou resultado trimestral abaixo do esperado; dólar tem leve alta

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A Bolsa brasileira voltou a cair nesta quarta-feira (25) puxada pelas ações da Weg, que recuaram mais de 10% e ficaram entre as mais negociadas da sessão após anúncio de receita trimestral abaixo das expectativas do mercado.

Além disso, o Ibovespa foi impactado pelos índices dos Estados Unidos, que também caíram após resultados corporativos piores que o esperado e com o avanço dos rendimentos dos títulos do Tesouro americana, os chamados "treasuries". Nesse cenário, o índice recuou 0,79%, aos 112.857 pontos.

Como pano de fundo, dados sobre vendas de moradias nos EUA vieram acima do esperado, apontando aquecimento do mercado e endossando apostas de uma possível nova alta de juros no país.

"Os treasuries impactaram negativamente todos os mercados, que tiveram uma performance negativa, principalmente por causa da alta nos juros, que pressiona as empresas", afirma Rodrigo Moliterno, chefe de renda variável da Veedha Investimentos.

Já o dólar teve leve alta de 0,16% e terminou o dia cotado a R$ 5,001, apoiado justamente pela subida dos treasuries, que costuma beneficiar a moeda americana ao aumentar a atratividade da renda fixa dos EUA.

Investidores também permanecem em clima de expectativa para decisão de política monetária do Federal Reserve, banco central americano, na próxima semana, tendo no radar na sexta-feira um relevante dado de preços nos EUA, assim como continuam monitorando a situação do conflito no Oriente Médio.

Notas de dólar - Dado Ruvic - 17-Jul-2022/Reuters

Nesta quarta, o Departamento de Comércio dos EUA divulgou que as vendas de novas moradias nos Estados Unidos aumentaram e atingiram uma taxa anual de 759 mil unidades em setembro, acima das 680 mil unidades previstas pelo mercado.

O dado desencadeou uma nova alta dos treasuries: os rendimentos dos títulos de dez anos do Tesouro americano foram de 4,82% para 4,95%, numa alta de quase 0,13 ponto percentual após três sessões consecutivas de queda.

"Os dados mostram como a economia americana está resiliente mesmo com os esforços do Fed de controlar a inflação. Os mercados de trabalho e de consumo ainda estão fortes", afirma Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

A nova escalada pressionou os índices americanos, que também foram afetados por um desempenho decepcionante da Alphabet. A dona do Google caiu 9,57% após a divulgação de seu balanço do terceiro trimestre.

Com isso, o S&P 500, o Nasdaq e o Dow Jones recuaram 1,43%, 2,43% e 0,32%, respectivamente.

O cenário internacional contaminou os ativos brasileiros, em especial com a subida dos treasuries, que costuma penalizar ativos de risco e países emergentes ao atrair recursos para os EUA.

A principal queda do dia foi da Weg, que caiu 10,33% após ter reportado receita líquida de R$ 8,07 bilhões no terceiro trimestre, abaixo dos R$ 8,43 bilhões previstos por analistas.

Segundo a companhia, o menor crescimento do faturamento "foi concentrado sobretudo no Brasil, devido à redução na demanda por alguns negócios de ciclo curto, notadamente a geração solar distribuída".

O setor de serviços também foi um dos principais pontos de pressão do Ibovespa. O Grupo Casas Bahia e o GPA caíram 5,77% e 5,73%, respectivamente, e também ficaram entre as maiores perdas do pregão.

"Os investidores estão céticos quanto à Black Friday que se aproxima, por não acreditarem que isso possa salvar os resultados dessas empresas neste ano. As companhias vêm tendo um desempenho ruim, e a data não anima", afirma Andre Fernandes, chefe de renda variável e sócio da A7 Capital.

Na ponta positiva, a Petrobras subiu 0,22%, ainda em recuperação após o forte tombo do início da semana.

Com Reuters

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.