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Etarismo no consumo
Enquanto a população brasileira com 60 anos ou mais, a faixa etária considerada idosa, se torna cada vez maior, também cresce a reclamação sobre a falta de adequação do mercado a esse público.
Em números:
- 15,6% dos brasileiros, ou 33,7 milhões de pessoas, são da faixa de 60+. 33,5 milhões são de jovens de 20 a 29 anos, segundo o IBGE;
- 1 em cada 2 pessoas adota atitudes preconceituosas em relação à idade, de acordo com levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde) com mais de 83 mil pessoas de 57 países.
Como o etarismo aparece:
↳ Nos bancos: com a digitalização cada vez maior nas instituições, idosos reclamam que não conseguem atendimento adequado quando recorrem ao atendimento presencial nas agências.
- Outro problema é no financiamento, cujas taxas disparam para pessoas com mais idade.
↳ Nos seguros: os condutores mais velhos gastam mais em seguro de carro, enquanto os planos de saúde também cobram mais dos idosos.
↳ Em produtos: itens voltados ao público sênior, apesar de mais comuns, ainda representam a minoria em relação a modelos voltados ao público jovem, por exemplo.
Age-friendly: a certificação (algo como "amigável à idade", em inglês) foi criada há 17 anos pelo americano Age-Friendly Institute e passou a ser adotada neste ano no Brasil.
- A ideia é ajudar os candidatos com mais de 50 anos a encontrar uma vaga de trabalho compatível com a sua experiência, sem discriminação de idade.
- Cinco empresas já receberam o selo: as farmacêuticas Sanofi, Takeda e Eurofarma— e os varejistas Grupo Pereira (dono das redes Comper e Fort Atacadista, entre outras) e Grupo São Vicente, do interior paulista.
Açaí popular
O açaí brasileiro, cuja produção vem 90% do Pará, vê seu mercado consumidor apresentar forte crescimento no país e também lá fora.
Em números:
- 8,158 mil toneladas de açaí foram exportadas pelo Pará em 2022, movimentando mais de US$ 26,5 milhões (R$ 133,8 milhões), segundo dados da Fiepa (Federação das Indústrias do Estado do Pará) e do CIN (Centro Internacional de Negócios do Pará).
- 132,5% foi o aumento da exportação de derivados de açaí entre 2019, antes da pandemia, e 2022.
Quem mais compra o açaí brasileiro: Estados Unidos, Japão, Austrália e países europeus são os principais importadores, mas há um interesse crescente em outros mercados do oriente, sobretudo China, Singapura e Índia.
O que explica o interesse: as propriedades nutricionais e antioxidantes do açaí, que foi se tornando popular como um "superalimento" para fazer sucos, vitaminas e sobremesas.
- O produto, também usado para fabricação de cosméticos, é tido como exemplo de "bioeconomia" que gera renda para os moradores da Amazônia sem desmatar a floresta.
Sim, mas… A exploração excessiva do produto preocupa pesquisadores. O temor é sobre uma concentração do cultivo de açaí e a substituição de outras espécies na esteira do aumento da demanda pelo produto.
- De olho nesse obstáculo, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desenvolveu o Manejaí (Centro de Referência em Manejo de Açaizais Nativos do Marajó).
- O programa capacita produtores para preservar as demais espécies e, assim, aumentar a produtividade do açaí.
Startup da Semana: Snout
O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.
A startup: fundada neste ano, a Snout (termo em inglês para "focinho") é uma plataforma de saúde pet, com planos que incluem serviços como atendimento veterinário, vacinação e até assistência funerária.
Em números: a startup anunciou ter recebido um aporte de US$ 150 mil (R$ 759 mil) em uma rodada pré-seed (entenda aqui as etapas de investimento em startups).
Quem investiu: o fundo global Antler, que no Brasil ainda investe em outras 11 startups, como Future Cow e Studywise.
Que problema resolve: a startup tem uma plataforma para saúde pet – por enquanto focada em cães e gatos– que promete facilitar o acesso de tutores a veterinários, que ficam disponíveis 24 horas por dia.
- Com consultas, atendimento emergencial, vacinas, exames e assistência funeral, os planos variam de R$ 29,90 a R$ 129,90 mensais.
Por que é destaque: a Snout aposta em um mercado que registrou um salto de 16,4% e faturou R$ 60,2 bilhões no ano passado, segundo o Instituto Pet Brasil.
O setor tem visto a proliferação de novos negócios, como é o caso dos planos de saúde. Como concorrentes, a Snout irá disputar clientes com gigantes do mercado, como a Petlove e a Petz –que deve estrear o serviço ainda neste ano.
'Nação Startup' se adapta à guerra
Autodenominada de "nação startup", Israel tem adotado as soluções de suas empresas de tecnologia na guerra contra o Hamas, além de convocar milhares de trabalhadores de tecnologia de ponta para atuar no conflito.
Em números:
- 10% a 15% das forças de trabalho das startups estão entre os 360 mil reservistas convocados, segundo estimativas de fundadores das empresas e investidores;
- Cerca de 20% é a participação do setor de tecnologia no PIB israelense.
Sem os trabalhadores disponíveis nas empresas, as startups entraram em "modo crise", e muitas delas passaram a adaptar seus serviços para enfrentar a guerra.
- É o caso principalmente das tecnologias do setor de segurança, nicho em que Israel se destaca ante outros países.
- A Team8, por exemplo, está ajudando o governo a localizar reféns israelenses com tecnologia de ciência de dados, reportou o Financial Times.
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