Investimentos do Mubadala no Brasil, crise cambial na Argentina e o que importa no mercado

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São Paulo

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Mubadala abre o bolso para o Brasil

O Mubadala, empresa de investimentos ligada ao fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, prevê investir mais de US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões) por ano para expandir suas participações no Brasil.

"O PIB está crescendo mais do que o esperado e temos visto estabilidade política desde que a nova administração assumiu", disse Oscar Fahlgren, responsável pelas operações do fundo no país, à Bloomberg. "O clima na comunidade internacional ficou mais favorável ao Brasil."

Em números: com US$ 20 bilhões em ativos sob gestão, o Mubadala diz já ter alocado mais de US$ 5 bilhões no Brasil.

A empresa acaba de fechar um segundo fundo específico para o país, com mais de US$ 710 milhões, e deve levantar mais dinheiro em 2024.

Refinaria de Mataripe (BA), comprada pelo Mubadala da Petrobras em 2021 - André Valentim/Agencia Petrobras


Os alvos dos árabes: empresas brasileiras em processo de reestruturação financeira, principalmente as do setor do varejo, que sofreram mais com o ciclo de alta de juros.

Também estão na mira o desenvolvimento de uma nova Bolsa para competir com a B3 e a criação de uma liga de futebol no Brasil –o fundo é investidor da Libra, um dos dois grupos envolvidos nas conversas com os clubes (explicamos as negociações nesta edição do mês passado).

No que o Mubadala já investe por aqui:

  • Atvos: uma das maiores produtoras de biocombustíveis foi comprada da Odebrecht (hoje Novonor). A empreiteira também vendeu uma fatia de uma concessão rodoviária estadual paulista para o Mubadala.
  • Zamp: a responsável pelas operações do Burger King e do Popeyes no país recusou há um ano uma oferta de aquisição pelo fundo árabe. Desde então, o Mubadala vem comprando papéis no mercado e hoje é o maior acionista, com 21% de participação.

1 dólar = 1.000 pesos

O dólar paralelo, usado para reajustar a maioria dos preços do dia a dia dos argentinos, atingiu a marca simbólica de 1.000 pesos nesta terça.

Em uma semana, o chamado dólar "blue" subiu cerca de 30%. Apesar de a cotação não ser uma das dezenas que existem oficialmente, é ela que rege o reajuste do comércio local.



O que explica a alta: a proximidade das eleições, cujo primeiro turno acontece no dia 22. A razão para a disparada do câmbio divide os principais candidatos à disputa:

Sergio Massa, atual ministro da Economia e candidato pelo peronismo, afirma que a desvalorização do peso é consequência do discurso de seu principal rival, Javier Milei, a quem acusa de estar gerando uma corrida à moeda americana por sua proposta de dolarização da economia.

O ultraliberal Milei aponta o dedo para Massa, como representante do kirchnerismo, a quem ele julga como principal culpado da atual crise econômica no país. Ele voltou a recomendar numa entrevista que os argentinos não usem o peso para economizar ou investir.

A macrista Patricia Bullrich, terceira colocada nas pesquisas, colocou a culpa nos dois: "Entre o incendiário Massa, que nos está levando à hiperinflação, e a irresponsabilidade de Milei, que fomenta a fuga de capitais, estão os argentinos angustiados com o presente e o futuro".

Nesta terça, o governo voltou a impor barreiras para a fuga de dólares do país ao aumentar os impostos para acessar a moeda americana usando cartões de débito ou crédito.


A febre pelos Carmed

O laboratório Cimed reuniu no começo do mês duas grandes influenciadoras, as atrizes Larissa Manoela e Maisa, para um live commerce do hidratante labial Carmed, que virou febre entre crianças e adolescentes nos últimos meses.

  • Resultado: R$ 40 milhões em vendas em 20 minutos de live, que só não durou mais por falta de estoque.

O que explica a febre: a procura pelos Carmed bombou há cinco meses, quando a Cimed relançou o hidratante labial em parceria com a fabricante de guloseimas Fini.

  • O laboratório pagou royalties pelo uso da marca e lançou os Carmed Fini Bananas, Beijos e Dentaduras, com os mesmos nomes das balas de gelatina.
  • O produto viralizou na internet e ajudou a elevar as vendas de toda a categoria.

O live commerce com as atrizes globais foi para divulgar duas novas versões da linha Carmed, agora sem a Fini: um sabor tutti-frutti na cor rosa glitter, e outro sabor beijinho com FPS 30.

  • O preço sugerido por cada unidade é de R$ 30, mas é possível encontrar em sites de farmácias por até R$ 58.

Em números:

  • De 1 milhão por mês para 5 milhões por mês foi o salto do mercado de hidratantes labiais no Brasil, segundo a consultoria IQVIA, especializada no mercado farmacêutico.
  • 3,2 milhões de unidades mensais de Carmed são vendidas, enquanto a Nivea, principal competidora, comercializa 1 milhão por mês.

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