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Bolsa fecha em alta impulsionada por Petrobras; dólar cai

Novos dados mostram que inflação acelerou, mas não mudam projeções sobre juros

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São Paulo

Após começar o dia oscilando, a Bolsa brasileira passou a subir e terminou em alta de 0,64% nesta terça-feira (28), aos 126.538 pontos, impulsionada pelas ações da Petrobras, que acompanharam a subida do petróleo no exterior. Na máxima do dia, o Ibovespa atingiu os 126.916 pontos.

Como pano de fundo, investidores repercutem a divulgação do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15), que acelerou a 0,33% em novembro. Mesmo com a alta, a leitura é que os novos dados não afetam as projeções de cortes de juros no Brasil.

Além disso, o Ministério do Trabalho divulgou que o Brasil abriu 190.366 vagas formais de emprego em outubro, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), mais que o esperado pelo mercado.

Na ponta negativa, ações de empresas do setor de varejo como Magazine Luiza e Grupo Soma ficaram entre as maiores quedas da sessão.

"Tivemos um dia favorável, com dados positivos de inflação e emprego que deram ânimo à Bolsa. Na contramão, as empresas de ecommerce estão sofrendo um pouco mais, dado que o mercado esperava mais das vendas na Black Friday. Com essa exceção, todos os setores foram bem, principalmente o de petróleo", afirma Rodrigo Moliterno especialista em renda variável e sócio da Veedha Investimentos.

Já o dólar caiu 0,56% e terminou o dia cotado a R$ 4,871, enquanto investidores tentam alinhar apostas sobre as próximas decisões sobre juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).

Nesta terça, uma autoridade do banco sinalizou que a instituição parece estar mais confortável para avaliar um possível corte de juros, o que contribuiu para a queda da moeda americana.

A perspectiva de juros menores nos EUA tende a pesar contra a divisa pois diminui a atratividade da renda fixa do país, favorecendo a alocação de recursos em mercados mais arriscados, como a renda variável e países emergentes.

Painel eletrônico de índices de mercado na B3, a Bolsa brasileira, em São Paulo - Paulo Whitaker - 7.jan.2016/Reuters

Apesar de ter registrado alta na comparação mensal, o IPCA-15 de novembro foi o menor para o mês desde 2019 (0,14%). Além disso, o índice perdeu força no acumulado de 12 meses, desacelerando a 4,84%, ante 5,05% em outubro, indicou o IBGE.

"O resultado de hoje veio ligeiramente acima do consenso, mas a abertura do dado reforça a visão benigna do indicador no curto prazo e não altera as nossas perspectivas para a condução da política monetária, que é de manutenção do ritmo de cortes de juros de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões", afirma João Savignon, chefe de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital.

Para Rafael Costa, analista da BGC Liquidez, o resultado do IPCA-15 de novembro reforça a evolução benigna da inflação no Brasil.

"Continuamos com a nossa visão de um cenário de desinflação consistente, visão reforçada pelos bons resultados de hoje na inflação serviços subjacentes e na média da inflação dos núcleos. Nos preocupa o avanço nos preços da alimentação, porém foi um bom sinal termos sido surpreendidos para baixo", diz Costa.

A grupo de alimentação e bebidas registrou a maior alta mensal (0,82%) e o principal impacto (0,17 ponto percentual) no IPCA-15 neste mês.

A leitura benigna do indicador dá força aos negócios na Bolsa brasileira, que também é impulsionada pelas ações da Petrobras, que registravam forte alta e eram as mais negociadas da sessão.

As ações da Vibra, que também estavam no grupo dos papéis mais negociados, subiram 0,78%, com investidores repercutindo uma proposta da Eneva para fusão das companhias, divulgada na segunda (27).

Os papéis da Eneva, por sua vez, registraram o maior recuo da sessão, terminando o dia em queda de 3,06%.

Apostas sobre juros seguem movimentando dólar

No câmbio, os próximos passos do dólar ainda dependem de novas sinalizações sobre juros de autoridades de política monetária americana.

Nesta terça, o diretor do Fed Christopher Waller afirmou que as taxas de inflação estão se movendo praticamente como o imaginado.

"Estou cada vez mais confiante de que a política monetária está atualmente bem posicionada para desacelerar a economia e levar a inflação de volta a 2%", disse Waller.

Ele também afirmou estar "razoavelmente confiante" de que isso será feito sem um aumento acentuado na taxa de desemprego, atualmente em 3,9%. As declarações endossaram apostas de que a escalada dos juros americanos chegou ao fim, colaborando para a queda do dólar globalmente nesta terça.

Os próximos dias trarão a leitura da economia dos Estados Unidos no terceiro trimestre e os dados do índice de preços PCE —ambos podem ser decisivos para determinar as expectativas sobre o momento do primeiro corte de juros do Fed, num momento em que sinais de arrefecimento da inflação nos EUA alimentaram apostas num afrouxamento monetário já na primeira metade de 2024.

Com Reuters

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