Descrição de chapéu Financial Times Estados Unidos juros

Integrantes do Fed indicam que não há pressa para subir juros nos EUA

Atas indicam incerteza do momento econômico leva Fed a ter cautela sobre decisão para a taxa de juros

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Colby Smith
Washington

Os integrantes do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) mostraram que não terão pressa para aumentar as taxas de juros novamente em sua reunião mais recente, no início deste mês, mesmo reiterando sua disposição de apertar ainda mais a política monetária caso novos dados justifiquem a medida.

As atas da reunião do comitê em novembro, divulgadas na terça-feira (21), confirmaram que todos os membros ainda estão comprometidos em serem "cuidadosos" em futuras decisões de taxa, enquanto debatem se já tomaram medidas econômicas suficientes para reduzir a inflação de volta à meta de 2% do banco central.

Sede do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) em Washington
Sede do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) em Washington - Joshua Roberts - 26.jan.2022 / Reuters

Os dados nos próximos meses esclareceriam o progresso contra a inflação, destacaram as atas, com o Fed procurando sinais de que a demanda dos consumidores e das empresas estava se estabilizando e o mercado de trabalho esfriando.

De acordo com as atas, taxas mais altas podem ser necessárias "se as informações recebidas indicassem que o progresso em direção ao objetivo de inflação do comitê fosse insuficiente".

Todas as autoridades enfatizaram que seria necessário que a política "permanecesse em um patamar restritivo por algum tempo até que a inflação esteja claramente se movendo de forma sustentável em direção ao objetivo do comitê".

A reunião de novembro marcou o segundo encontro consecutivo em que o Fed optou por não aumentar sua taxa de juros de referência e, em vez disso, manteve o índice entre 5,25% e 5,5%, maior valor em 22 anos.

Parte do motivo pelo qual os integrantes do Fed têm sido cautelosos em encerrar a fase de aumento das taxas de juros se deve à incerteza que paira sobre a perspectiva econômica. Além disso, Mary Daly, presidente do Fed de San Francisco, disse recentemente ao Financial Times que declarar prematuramente a vitória sobre a inflação e depois ter que aumentar as taxas novamente prejudicaria a credibilidade da instituição.

"Até que a inflação esteja claramente se movendo de forma sustentável em direção à meta do comitê, as pessoas precisam planejar e se você está em uma mentalidade de 'parar e começar', isso é realmente disruptivo", disse ela.

Até agora, a inflação permanece acima da meta (acumulado de 3,2% nos 12 meses entre novembro de 2022 e outubro de 2023), mas mostrou sinais de moderação, enquanto o crescimento mensal do emprego desacelerou em relação ao ritmo rápido registrado no início deste ano.

O crescimento econômico também estava prestes a desacelerar, concluíram os funcionários, de acordo com as atas, após um terceiro trimestre surpreendentemente forte, à medida que os consumidores se contêm diante da diminuição dos estoques de poupança e de uma perspectiva negativa.

"As condições restritivas da política monetária diminuíram os riscos de não atingir os objetivos do comitê", disseram as atas, indicando preocupações com a inflação mais alta do que o esperado e o crescimento mais baixo do que o esperado.

Jerome Powell, presidente do Fed, reage durante evento do FMI
Jerome Powell, presidente do Fed, tem evitado falar sobre a decisão que será adotada na última reunião deste ano - Kevin Lamarque/Reuters

As atas também sugeriram que os integrantes do Fed viram a possibilidade de condições financeiras mais apertadas, que medem os custos das empresas para tomar empréstimos, compensarem a necessidade de ação adicional do Fed, mas apenas se essas condições atuais persistirem.

Embora uma recente negociação no mercado de títulos tenha reduzido os rendimentos e diminuído o valor pago —efetivamente afrouxando as condições financeiras— os formuladores de políticas do Fed não demonstraram muita preocupação, dada a desaceleração do ritmo da inflação.

O principal debate entre os formuladores de políticas começou a ser quando e qual a velocidade que o Fed reduzirá sua taxa de juros de referência no próximo ano. No início deste mês, Powell enfatizou que a entidade "não está pensando em cortes de taxa agora".

Os negociadores nos mercados futuros estão apostando que o Fed adiará quaisquer movimentos desse tipo até a metade de 2024.

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