O amplo plano de privatizações do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, tem causado reação dos sindicalistas do setor aéreo.
Uma das principais propostas do presidente recém-eleito é privatizar todas as empresas públicas não essenciais.
Apesar de não ser listada nominalmente, a Aerolíneas Argentinas, maior companhia aérea do país e responsável por 60% dos voos domésticos, é uma das grandes estatais argentinas, e sempre foi alvo de críticas.
O balanço da empresa tem melhorado nos últimos anos, mas não registra lucro desde 2001, mesmo com alguns favorecimentos como a tarifa máxima (chamada de banda tarifária) que ainda vale no país.
Com isso, ela é vista como um grande alvo do plano de privatizações e redução do Estado promovido por Milei. Por outro lado, existem os funcionários e os sindicalistas, que não têm gostado da ideia.
O Presidente da Associação de Pilotos de Linha Aérea do país, Pablo Biró, foi enfático ao falar sobre o assunto com a TV Todo Notícias: "Se querem privatizar a Aerolíneas vão ter que nos matar, e quando eu digo matar, é literalmente, vão ter que levar nossos corpos, pode anotar".
Ele também fala que haverá greves caso o plano prossiga, e se Milei mandar prendê-los, estará agindo igual o ditador e ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori. "A história o julgará e ele [Milei] terminará a vida preso".
Ao mesmo tempo, ele afirma que espera de Milei um plano para a companhia aérea, para que ela continue eficiente e sustentável, e ressalta que, nos últimos anos, "a empresa demonstrou que pode ser gerida de maneira eficiente", citando que pode atingir o lucro se reduzir a carga tributária da sua operação.
Biró, porém, não comenta os aportes que o governo argentino tem feito todos os anos para manter a Aerolíneas funcionando.
Depois que foi eleito, Milei ainda não tocou no assunto da Aerolíneas e trabalha agora na transição de governo, já que sua posse ocorre no dia 10 de dezembro.
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