A procuradora-geral de Nova York, nos Estados Unidos, processou a PepsiCo na quarta-feira (15), acusando a gigante de alimentos e bebidas de colocar o meio ambiente em perigo e enganar o público sobre seus objetivos de eliminar o plástico de uso único em suas embalagens.
A procuradora-geral, Letitia James, disse que seu escritório descobriu que grande parte do lixo plástico ao longo do Rio Buffalo era proveniente dos produtos da empresa.
James está buscando danos não especificados e exigindo que a empresa forneça uma solução para a contaminação na região de Buffalo causada por seus produtos e reduza a quantidade de embalagens plásticas da PepsiCo que entram no rio. James também está exigindo que a empresa pare de vender ou distribuir produtos plásticos de uso único na área de Buffalo que não contenham rótulos de aviso "adequados".
"Todos os nova-iorquinos têm o direito básico de água limpa, mas as embalagens e o marketing irresponsáveis da PepsiCo colocam em perigo o abastecimento de água de Buffalo, o meio ambiente e a saúde pública", disse James em comunicado.
Em 2022, o escritório da procuradora-geral realizou uma pesquisa sobre a poluição no Rio Buffalo e encontrou altos níveis de contaminação por produtos plásticos de uso único.
Um porta-voz da PepsiCo disse em comunicado que a empresa, sediada em Purchase, Nova York, "leva a redução de plástico e a reciclagem eficaz a sério e tem sido transparente em nossa jornada para reduzir o uso de plástico e acelerar a inovação em embalagens".
"A PepsiCo tem trabalhado em Nova York para atender às necessidades das comunidades, incluindo a defesa de melhorias na lei de garrafas de Nova York e projetos de responsabilidade estendida do produtor", acrescentou o comunicado.
Assim como outras empresas comprometidas com a sustentabilidade, a PepsiCo afirmou que pretende tornar todas as suas embalagens "recicláveis, compostáveis, biodegradáveis ou reutilizáveis" até 2025. A empresa também afirma que deseja reduzir o plástico virgem em 50% até 2030, em comparação com 2020.
No entanto, o escritório de James afirmou que a empresa não cumpriu até agora e, com isso, contribuiu para um incômodo público e um potencial risco à saúde dos nova-iorquinos. O escritório disse que pesquisou cerca de 2.000 peças de lixo ao longo do Rio Buffalo e constatou que os produtos da PepsiCo - embalagens, garrafas e sacos de batatas fritas - eram os maiores contribuintes, representando mais de 17% do lixo identificável.
O escritório de James recentemente tomou medidas legais contra empresas por violação de leis ambientais e de proteção ao consumidor.
Em setembro, a procuradora-geral anunciou que três empresas de reciclagem e limpeza haviam sido condenadas por processar e descartar ilegalmente 800 toneladas de lixo eletrônico. Em junho, James chegou a um acordo de US$ 6,7 milhões com o conglomerado biotecnológico alemão Bayer por fazer falsas alegações aos consumidores sobre a segurança de seu herbicida Roundup. E em março, James processou 29 empresas de gestão de resíduos por despejo ilegal em Nova York.
O processo movido na quarta-feira contra a PepsiCo é semelhante a um processo movido em 2020 em um tribunal da Califórnia contra a PepsiCo, Coca-Cola e outras grandes empresas por um grupo ambiental estadual. Esse processo também alegava que a PepsiCo estava contribuindo para um "incômodo" e que estava enganando os consumidores ao rotular suas embalagens como recicláveis.
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