Startup de sacolas 'surpresa' das sobras do dia recebe aporte de R$ 14 milhões

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São Paulo

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Startup da Semana: Food To Save

O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.

A startup: fundada em 2020, a foodtech (startup do setor alimentício) conecta restaurantes com produção excedente de alimentos para consumo imediato a consumidores, que compram a sacola "surpresa" das sobras do dia com desconto.

Em números: a Food To Save anunciou ter recebido um aporte de R$ 14 milhões em rodada seed (semente, entenda aqui as etapas de investimento em startups).

Quem investiu: o aporte foi liderado por DSK Capital e acompanhada de Spectra e HiPartners e também teve a participação de investidores individuais, como João Galassi (presidente da ABRAS - associação de supermercados), Paulo Camargo (ex- McDonald’s e atual presidente da EspaçoLaser) e Rosana Blasio (CEO do Pacto Contra a Fome).

Lucas Infante, Guido Bruzadin, Fernando dos Reis e Murilo Ambrogi _Créditos_
Lucas Infante, Murilo Ambrogi, Fernando dos Reis e Guido Bruzadin, cofundadores da Food To Save - Jefferson de Souza/Divulgação


Que problema resolve: a plataforma da startup reúne sacolas de padarias, hotéis e outros estabelecimentos que produzem alimentos para consumo imediato.

Essas sacolas contém alimentos com validade curta e não foram consumidos no dia. Elas são ofertadas com um desconto aos consumidores, e podem ser retiradas no local ou entregues em casa.

A Food To Save está em 20 cidades, sendo quatro delas capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília) e diz ter comercializado mais de 2 mil toneladas de alimentos. A maior parte do aporte será destinada para sua expansão, com cinco novas capitais em 2024.

Sua plataforma conecta os 1,5 milhão de usuários a 3 mil estabelecimentos, entre eles a rede hoteleira Accor, e as lojas de Cacau Show, Rei do Mate, Kibon, Zé Delivery e Havanna.

Por que é destaque: o modelo da startup ajuda no combate ao desperdício de alimento, cadeia cujo um terço da produção no mundo vai para o lixo, segundo estimativa da FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura).

  • "A gente tem um papel também de reeducação da sociedade", me contou Lucas Infante., CEO da Food To Save.
  • "Nosso maior papel é abrir os olhos dos executivos das grandes indústrias e do próprio consumidor para o desperdício de alimentos".

No próximo um ano e meio, a empresa projeta vender 1 milhão de Sacolas Surpresa por mês e elevar seu GMV (Volume Bruto de Mercadorias) mensal para R$ 25 milhões, o que seria triplicar seus números atuais.


Brasil é o país do Whatsapp, diz CEO do app

Apesar de ser a terceira nação em números de usuário (atrás da líder Índia e da Indonésia), o Brasil é o país do Whatsapp. Quem diz é o presidente da plataforma, Will Cathcart, em entrevista para a repórter Patrícia Campos Mello.

A importância do Brasil para o WhatsApp:

  • É o país que envia mais mensagens na plataforma;
  • Os usuários enviam muito mais áudios, em uma relação de quatro vezes mais do que qualquer outro;
  • É o país que envia mais mensagens que desaparecem no WhatsApp, função criada após a vinda de Cathcart ao Brasil.

Como a plataforma ganha dinheiro? De duas formas, segundo o executivo:
↳ Uma voltada para pequenos negócios, como um restaurante ou cabeleireiro. São oferecidos a eles anúncios no Facebook ou Instagram do tipo clique para o WhatsApp –porque muitas dessas empresas não têm um site, disse Cathcart.

↳ Outra para médias e grandes empresas. Ao integrar a API (interfaces de comunicação) do WhatsApp ao sistema da companhia, as mensagens que chegam dos clientes são encaminhadas para um canal de atendimento e a plataforma cobra por isso.

"Hoje, incluindo WhatsApp, [Facebook] Messenger e Instagram, as ferramentas de mensagens da Meta para empresas são um negócio de US$ 10 bilhões por ano e em crescimento", disse Cathcart.

Anúncios no Zap? Não na caixa de entrada dos usuários, garante o presidente do aplicativo.

Em setembro, o jornal Financial Times disse que a Meta estava discutindo internamente exibir anúncios nas listas de conversas, mas que nenhuma decisão havia sido tomada.

Cathcart negou, mas admitiu que poderia haver anúncios em outros locais —canais ou status.

"Por exemplo, canais poderiam cobrar para que as pessoas se inscrevam, poderiam ser exclusivos para membros pagos, ou os proprietários talvez queiram promover o canal", disse.


SBF condenado

Fundador da corretora FTX e ex-magnata das criptomoedas, Sam Bankman-Fried (SBF) foi condenado por fraude, desvio de fundos e associação criminosa. A sentença é de até 110 anos de prisão.

Em seus argumentos finais, os procuradores retrataram ele como um homem extremamente inteligente consumido pela ganância que sabia o que estava fazendo quando o dinheiro da FTX foi secretamente direcionado para sua gestora, a Alameda Research.

A defesa afirmou que seu cliente agiu de "boa fé" e foi atropelado pelas circunstâncias e pela inaptidão financeira de associados próximos que teriam testemunhado contra ele para obter leniência dos procuradores.

A principal testemunha contra SBF foi Caroline Ellison, sua ex-namorada e ex-colega de trabalho.

Ela disse ao júri que eles haviam roubado "cerca de US$ 14 bilhões" (RS 69,4 bilhões) de clientes da plataforma de negociação de criptomoedas FTX antes de ela entrar em falência no ano passado.

Relembre: Ellison era a responsável pela Alameda, a empresa de trading da qual SBF era sócio majoritário.

A gestora se aproveitou da estrutura e do dinheiro da FTX para apostar em investimentos arriscados que não deram retorno.


Como linha branca tenta atrair os Z

Em meio à queda das vendas para o varejo, a indústria aposta no público da geração Z, aqueles nascidos entre 1996 e 2010. Para isso, o foco está em unir tecnologia, praticidade e economia de tempo, características valorizadas principalmente pelos mais jovens.

São por esses motivos que em setores em que antes imperavam marcas mais tradicionais, como o de linha branca (geladeiras, fogões, micro-ondas…), ganham mercado as empresas conhecidas pela tecnologia embarcada, como as gigantes coreanas Samsung e LG.

A disputa entre os fabricantes de eletrodomésticos tem sido cada vez mais acirrada.

  • 15,8 milhões de aparelhos de linha branca foram vendidos em 2019;
  • 12,5 milhões de unidades foram comercializadas em 2022.

Para convencer o consumidor mais jovem, não adianta usar os métodos tradicionais de propaganda.

Como a geração Z é acostumada a pesquisar a opinião de quem já comprou o produto e gosta de ouvir quem ela segue nas redes sociais, as empresas acionam seu exército de influenciadores para chegar às telas dos mais jovens.

De acordo com o relatório anual Edelman Trust Barometer, que este ano ouviu 13.802 pessoas em 14 países (1.000 delas no Brasil), 68% dos entrevistados disseram que adolescentes e jovens adultos influenciam onde e como eles compram –uma alta de sete pontos percentuais em relação à pesquisa do ano passado.


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