Haddad ataca Zema e sai em defesa de Pacheco por dívida de Minas Gerais

Ministro da Fazenda afirmou que governador mineiro usou recursos federais e na gestão Bolsonaro não resolveu problema

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Brasília

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), nesta quinta-feira (7) e saiu em defesa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre a dívida do estado com a União.

Haddad afirmou que o governador de Minas praticamente governou com recursos federais, aumentou o valor da dívida de cerca de R$ 100 bilhões para R$ 160 bilhões e não conseguiu resolver o problema mesmo aliado a Jair Bolsonaro (PL).

O presidente Lula se reúne com os ministros Rui Costa e Alexandre Silveira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para discutir a situação fiscal de Minas Gerais
O presidente Lula se reúne com os ministros Rui Costa e Alexandre Silveira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para discutir a situação fiscal de Minas Gerais - Ricardo Stuckert/Presidência

"Ele ficou quatro anos com um aliado no Planalto, podendo fazer alguma coisa por Minas. E tudo que ele fez foi endividar Minas. A dívida saiu de pouco mais de R$ 100 bilhões para R$ 160 bilhões", disse Haddad.

"A pior coisa que ele pode fazer, não tendo feito nada durante cinco anos, é agredir aquele que vai pautar o acordo que for fechado com a Fazenda Nacional e com o governo federal. Então fica aquilo o apelo: não é hora de ficar batendo boca e fazendo graça na imprensa."

Nesta quarta-feira (6), Zema disse que "há muita falação", mas "nenhuma ação efetiva do governo federal". A declaração foi noticiada pelo jornal O Tempo e pela rádio Itatiaia.

"Toda alternativa é bem-vinda, estivemos com o presidente do Congresso há duas semanas, ele lançou uma proposta, mas essa proposta precisa ser apreciada pelo Ministério da Fazenda e pela Secretaria do Tesouro Nacional. E até agora ninguém apreciou. Ficou falação, não teve nenhuma ação efetiva do governo federal."

Enquanto Zema tenta aprovar o Regime de Recuperação Fiscal na Assembleia Legislativa de Minas, Pacheco e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, têm costurado um plano B junto ao presidente da República.

O próprio governo Zema admite que, se o estado voltar a pagar a dívida sem um acordo, os servidores públicos terão os salários atrasados a partir de fevereiro e, "muito provavelmente", voltarão a receber de forma parcelada no primeiro semestre.

O plano alternativo está baseado em três eixos: reduzir o valor da dívida; entregar ativos como a Cemig (de energia), a Codemig (de nióbio) e a Copasa (de água) à União; e usar parte dos créditos da repactuação do acordo feito após o rompimento da barragem em Mariana.

Haddad disse que a federalização de ativos de Minas exige "muita cautela" por causa dos acionistas minoritários, e reforçou que o governo federal concorda em aumentar o prazo para que o governo mineiro apresente uma solução.

"O que a gente recebe em troca é um desaforo? Não faz sentido isso. Minas é muito querida em Brasília, é um estado muito querido pelo governo federal", disse Haddad, reforçando que nunca conversou com Zema sobre a dívida, mas apenas com o vice-governador, Mateus Simões (Novo).

Pacheco afirmou que é "importante todo mundo descer do palanque" e buscar uma solução conjunta, sem infantilidade. Sem citar o nome de Zema, o presidente do Senado também pediu mais "humildade", e disse que a situação foi agravada nos últimos cinco anos.

"Nós não podemos criar narrativas, ficar o tempo inteiro em rede social criticando um ao outro. No momento nós precisamos é de muita união, de muita maturidade. Não podemos ter infantilidade de ficar achando que nós estamos em uma disputa eleitoral."

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