Descrição de chapéu Banco Central

Lula nomeia dois novos diretores do Banco Central

Presidente finalizou indicação de Picchetti e Teixeira, aprovados pelo Senado em dezembro

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Brasília

O presidente Lula (PT) nomeou nesta quarta-feira (27) o professor de economia Paulo Picchetti e o servidor Rodrigo Alves Teixeira para ocupar duas vagas na diretoria do Banco Central até 31 de dezembro de 2027.

Com a publicação da nomeação no DOU (Diário Oficial da União), o petista finalizou o processo de indicação para que os dois assumam seus cargos no início de 2024. A data da posse ainda não foi divulgada pelo BC.

Os nomes de Picchetti e Teixeira foram enviados pelo mandatário para o Senado no começo de novembro e ambos foram aprovados pela Casa no mês de dezembro.

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Picchetti (à esq.) e Teixeira (centro) durante evento em que seus nomes foram anunciados por Haddad - Gabriela Biló - 30 out. 2023/Folhapress

Picchetti vai substituir Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos) e Teixeira entrará no lugar de Mauricio Moura (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta), cujos mandatos terminam no dia 31 de dezembro.

Os dois novos integrantes poderão participar do primeiro encontro do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC em 2024, agendado para os dias 30 e 31 de janeiro.

Picchetti é especialista em econometria, análise de ciclos econômicos e índices de preços —temas relacionados à missão do Banco Central de assegurar a estabilidade de preços da economia. Hoje, é professor na Escola de Economia de São Paulo, ligada à FGV (Fundação Getulio Vargas).

Já Teixeira é servidor de carreira do BC e atua hoje como secretário especial adjunto de Análise Governamental na Casa Civil. Ele é professor do departamento de economia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Segundo a lei da autonomia da autoridade monetária, aprovada em 2021, cabe ao presidente da República a indicação dos nomes para a cúpula do BC. Posteriormente, os indicados passam por sabatina na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal. Os escolhidos são, então, levados ao plenário para aprovação.

A medida busca blindar o órgão contra eventual ingerência política. O texto estabelece mandatos fixos de quatro anos ao presidente e aos diretores do BC, não coincidentes com o do presidente da República, com a possibilidade de uma recondução ao cargo.

Além dos dois novos nomes para o BC, Lula também já indicou Gabriel Galípolo para a diretoria de Política Monetária e Ailton Aquino para chefiar a área de Fiscalização da instituição.

Galípolo era secretário-executivo do Ministério da Fazenda, número 2 do ministro Fernando Haddad, quando foi indicado ao cargo. Já Aquino é servidor do BC desde 1998 e chefiava o departamento de Contabilidade e Execução Financeira. Ele é o primeiro diretor preto da história da autoridade monetária.

No próximo ano, o atual governo terá nomeado quatro dos nove membros do Copom. Gradativamente, Lula tem indicado nomes mais alinhados ao seu governo em uma tentativa de aumentar a flexibilização de juros. Hoje, a taxa básica (Selic) está fixada em 11,75% ao ano.

Durante os primeiros meses de governo, o chefe do Executivo proferiu ataques ao alto patamar da taxa básica de juros e ao próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, a quem chamou de "esse cidadão".

A tensão começou a diminuir recentemente, e o chefe da instituição participou do jantar de fim de ano organizado pelo presidente da República na Granja do Torto, em Brasília.

O mandato de Campos Neto chega ao fim em 31 de dezembro de 2024. Apesar de a lei de autonomia autorizar uma recondução, a saída dele é dada como certa.

Na mesma data terminam também os mandatos de Otavio Damaso (Regulação) e Carolina de Assis (Administração) –única mulher na cúpula do BC no próximo ano.

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