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Ryanair suspeita de peças falsas em motor de aeronaves após vistoria no Brasil

Reguladores de aviação acusam empresa de Londres de fornecer equipamentos com documentos falsificados

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Kate Duffy
Bloomberg

A companhia aérea Ryanair informou que encontrou peças não autorizadas em dois motores de aeronaves, tornando-se a mais recente grande companhia aérea envolvida na distribuição de componentes com documentos de certificação falsificados.

As peças suspeitas foram descobertas durante verificações de manutenção programadas no Texas (EUA) e no Brasil nos últimos meses e foram removidas dos motores, disse o CEO da empresa, Michael O'Leary, em uma entrevista em Dublin na quinta-feira (30).

Passageiros desembarcam de aeronave da Ryanair no Aeroporto Internacional Ferenc Liszt, em Budapeste
Passageiros desembarcam de aeronave da Ryanair no Aeroporto Internacional Ferenc Liszt, em Budapeste - Bernadett Szabo - 18.ago.22/Reuters

Reguladores de aviação acusaram a empresa AOG Technics, com sede em Londres, de fornecer milhares de peças de motores com documentos de certificação falsificados para modelos da Airbus e Boeing, incluindo os modelos 737 de geração anterior em uso na Ryanair.

A Delta Airlines, a American Airlines e a Southwest Airlines estão entre as companhias aéreas que encontraram peças suspeitas, informou a Bloomberg News.

O'Leary disse acreditar que a AOG forneceu as peças que acabaram inadvertidamente na frota da Ryanair. A companhia aérea de baixo custo irlandesa nunca fez negócios diretamente com a AOG, recebendo o componente para dois motores através de terceiros, e a companhia aérea permanece "em grande parte não afetada" pelo escândalo, disse o CEO.

A Ryanair opera uma frota exclusiva de aviões Boeing e possui cerca de 1.500 motores, afirmou O'Leary. O fundador da AOG, Jose Zamora Yrala, foi procurado e não respondeu a uma mensagem de telefone solicitando comentários.

O motor CFM56 afetado pelo escândalo é o mais popular nas frotas globais de aeronaves. A usina é fabricada por uma joint venture da Safran e da General Electric chamada CFM. Em outubro, os fabricantes de motores disseram que encontraram 126 motores com peças suspeitas vendidas pela AOG, incluindo alguns instalados nas próprias oficinas de reparo da CFM.

As companhias aéreas foram instruídas a verificar seus estoques de peças de motores de reposição depois que a Bloomberg relatou pela primeira vez sobre a AOG no início do ano, de acordo com O'Leary. Os componentes encontrados foram enviados aos grupos que lideram a investigação sobre a AOG, enquanto os motores permanecem nas oficinas, acrescentou.

Após o escândalo, O'Leary afirmou ser necessário um controle mais rigoroso sobre terceiros que fornecem peças para motores a jato. "Dado o nível de documentação que já existe, não tenho certeza de como alguém conseguiu produzir peças falsas", afirmou.

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