Descrição de chapéu Financial Times

Ryanair compra US$ 40 bilhões em jatos Boeing e planeja criar 10 mil empregos

Contrato da companhia aérea de baixo custo para até 300 aeronaves 737 Max-10 sinaliza expansão do mercado

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Philip Georgiadis Sylvia Pfeifer
Londres | Financial Times

A companhia aérea irlandesa de baixas tarifas Ryanair fechou um contrato multibilionário para comprar até 300 aeronaves Boeing, indicando uma grande expansão de sua frota no mais recente sinal de renascimento da indústria de viagens.

O acordo para os jatos de passageiros 737 Max-10, incluindo 150 opções, é avaliado em mais de US$ 40 bilhões a preços de tabela atuais, embora as fabricantes geralmente deem descontos significativos em grandes encomendas.

Isso ocorre depois que as discussões fracassaram, há mais de 18 meses, devido a um desacordo sobre o preço. As aeronaves serão entregues entre 2027 e 2033.

Boeing 737-8AS da Ryanair, companhia aérea irlandesa - Pau Barrena - 1º.jul.2022/AFP

O pedido é um endosso da maior variante do jato 737 Max da Boeing e destaca o apetite das companhias aéreas por investir em novas aeronaves, conforme as viagens se recuperam após a pandemia de Covid.

O boom na demanda levou a problemas na cadeia de suprimentos em todo o setor e deixou a Boeing e sua rival Airbus em dificuldades para entregar jatos a grandes clientes. A Boeing alertou no mês passado que um problema de produção do Max prejudicaria as entregas em curto prazo, o que, segundo a Ryanair, causará um número reduzido de cancelamentos de voos neste verão.

A Ryanair disse na terça-feira (9) que o novo pedido substancial permitirá aumentar seu tráfego em 80% na próxima década e que o número de passageiros deverá aumentar de 168 milhões de passageiros no final de março deste ano para 300 milhões em março de 2034. Cerca de 150 dos novos aviões serão usados para substituir os antigos Boeing 737NG da companhia.

A Ryanair disse que o acordo também criaria mais de 10 mil novos empregos para pilotos, tripulantes de cabine e engenheiros.

O executivo-chefe da Ryanair, Michael O'Leary, passou grande parte dos últimos 18 meses criticando a Boeing e sua liderança sobre seus preços e os problemas de produção que levaram a atrasos e contratempos na entrega de suas aeronaves nos últimos dois anos.

Mas na quarta (3) O'Leary disse que as negociações sobre o pedido, que recomeçaram no início deste ano, correram mais rápido do que se previa.

"Ficamos agradavelmente surpresos com o encontro de mentalidades" das duas empresas, disse ele, acrescentando que a recuperação do setor foi outro fator que impulsionou o negócio. "Se não agíssemos rapidamente, correríamos o risco de ter entregas só em 2028 ou 2029."

O acordo também permitirá que a Ryanair ofereça tarifas mais baixas na Europa, disse O'Leary. A companhia aérea selecionou a versão maior do Max, que, segundo ele, teria 21% a mais de assentos, mas consumiria 20% menos combustível do que os atuais 737NGs da companhia aérea.

O diretor financeiro da Ryanair, Neil Sorahan, disse que a nova aeronave reduzirá os custos em 10%, excluindo combustível, em comparação com os 737NGs mais antigos que ainda estão em serviço.

Ele disse que isso permitirá à companhia consolidar sua vantagem de custo sobre as rivais e alimentar um maior crescimento, estimando que a Ryanair transportaria 30% de todos os passageiros europeus de curta distância se atingir a meta de 300 milhões de passageiros na década de 2030.

"Já era hora de fazermos outro pedido de aeronaves, e tenho certeza de que voltaremos em alguns anos em busca do próximo", disse ele.

A Ryanair encomendou 75 aeronaves da Boeing durante o auge da pandemia em dezembro de 2020, a preços que, segundo Sorahan, nunca se repetiriam.

Ele admitiu que a Ryanair teria "gostado de um pouco mais" de descontos na última encomenda da Boeing, mas disse: "Estamos contentes com o negócio que fizemos".

Companhias aéreas de toda a Europa estão se preparando para um forte verão depois de relatar vendas dinâmicas nos últimos meses e nenhum impacto de ventos econômicos contrários mais amplos na região.

A Ryanair liderou o setor na recuperação da pandemia de coronavírus, incluindo a expansão de seus horários e a entrada em novos mercados, à medida que rivais financeiramente mais fracas recuaram ou entraram em falência.

A companhia aérea previu um lucro após impostos entre 1,3 bilhão de euros e 1,4 bilhão de euros (cerca de R$ 7,5 bilhões) para o ano fiscal encerrado em março.

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