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Bolsa registra alta, mas acumula queda na semana; dólar fecha estável

Dúvidas sobre queda de juros nos EUA seguem pressionando renda variável

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São Paulo

A Bolsa brasileira fechou em alta de 0,25% nesta sexta-feira (19), aos 127.637 pontos, segundo dados preliminares, em dia de ajustes após três quedas consecutivas do Ibovespa.

Na semana, porém, a Bolsa acumula queda de 2,55%, impactada pela redução de otimismo sobre a queda dos juros americanos, que afastou investidores estrangeiros.

"O Ibovespa novamente teve dificuldade em aproveitar a tendência favorável das bolsas de NY, mas ao menos desta vez conseguiu 'salvar' o dia no final da sessão, garantindo ligeira alta e a manutenção acima dos 127 mil pontos. Ainda parece um movimento corretivo da forte alta do final de 2023, intensificado pela reversão do fluxo dos estrangeiros, antes com saldo positivo na B3, mas cujo saldo líquido passou a ser negativo pelos últimos dados disponíveis", diz Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos

Em meio a dados recentes mostrando uma economia norte-americana robusta, agentes financeiros têm ajustados apostas sobre o começo e o tamanho de um bastante aguardado ciclo de cortes de juros pelo Federal Reserve (banco central americano), com alguns já avaliando que uma redução em março pode ser uma aposta muito otimista.

Isso tem afetado particularmente mercados emergentes, como o Brasil, que tendem a se beneficiar de perspectivas de juros mais baixos em economias como os Estados Unidos. Até a quinta-feira, o índice MSCI para mercado emergentes acumulava uma queda de mais de 6% no mês.

Nos Estados Unidos, o dia foi de forte alta, o que ajudou o mercado local.

O S&P 500, principal índice de ações americano, teve alta de 1,23% r fechou no maior nível em dois anos nesta sexta, impulsionado por uma recuperação das fabricantes de chips e outras ações de tecnologia de forte peso

Painel eletrônico de índices de mercado na B3, a Bolsa brasileira, em São Paulo - Paulo Whitaker - 7.jan.2016/Reuters

Já o dólar fechou com variação negativa de 0,08%, praticamente estável cotado a R$ 4,927, mas acumula valorização semanal de 1,47%.

Na véspera, em sessão marcada por vaivém, o dólar chegou a subir para R$ 4,9570, maior patamar intradiário desde 13 de dezembro, depois que uma queda forte nos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos alimentou movimento recente de redução de apostas em um corte de juros em março pelo Fed, corroborado também por resistência das autoridades do Fed a um início precoce do afrouxamento monetário.

Os investidores agora esperam que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) faça cortes de 1,4 ponto percentual nos juros neste ano, abaixo do 1,65 ponto estimado na semana anterior. Eles também veem uma chance de aproximadamente 54% de que o primeiro corte ocorra em março, em comparação com 77% uma semana atrás.

O economista-chefe da Genial Investimentos, José Marcio Camargo, escreveu em relatório a clientes que a política monetária do Fed é "muito dependente dos dados e, desta forma, gera grande volatilidade nos preços dos ativos financeiros" conforme novas informações são divulgadas.

Na semana que vem, serão divulgados nos EUA dados de inflação acompanhados de perto pelo Federal Reserve, os do índice PCE, que podem ajudar a nortear as expectativas de mercado, disseram vários operadores nesta sexta-feira.

Com Reuters

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