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Bolsa cai puxada por commodities; dólar recua

Investidores seguem aguardando novos dados de inflação para alinhar apostas sobre política de juros americana

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São Paulo

Em mais um dia de agenda esvaziada, a Bolsa brasileira registrou mais um dia de queda nesta quarta-feira (10), puxada pelas empresas ligadas a commodities. O Ibovespa teve baixa 0,46%, terminando a sessão aos 130.841 pontos.

No exterior, o petróleo e o minério de ferro cederam, arrastando ações da Vale e da Petrobras, as duas de maior peso do Ibovespa. A mineradora recuou 1,50% e foi o papel mais negociado da sessão, enquanto a petroleira caiu 0,91%.

Outras empresas dos setores também impactavam o desempenho da Bolsa. A PetroRio e a Gerdau, por exemplo, registraram quedas de 4,15% e 2,98%, respectivamente, e também figuraram entre as ações mais negociadas do dia.

Já o dólar recuou 0,30% e terminou a sessão cotado a R$ 4,891, enquanto o mercado segue em compasso de espera para alinhar apostas sobre o futuro da política de juros americana.

Painel exibe flutuação de papéis listados na Bolsa de Nova York
Painel exibe flutuação de papéis listados na Bolsa de Nova York - Michael M. Santiago/Getty Images via AFP

O foco dos investidores nesta semana está nos novos dados de inflação dos Estados Unidos, que serão divulgados na quinta-feira (11). Os números são vistos como cruciais para as previsões sobre quando o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) deve começar a aliviar os juros americanos

A atual projeção do mercado é que cortes nas taxas devem começar a ocorrer em março, mas dados recentes de emprego e sinalizações mais conservadoras de membros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) trouxeram dúvidas.

"Os novos dados vão nivelar as posições dos investidores sobre o ciclo de flexibilização do Fed. A gente sabe que o Fed não vai mais subir os juros, mas a grande dúvida é sobre quando ele vai começar a cortar. Vai ser em março? Em junho? Isso é muito importante, porque a queda de juros vai favorecer ativos de risco", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus.

Analistas consultados pela Bloomberg projetam que o CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês) americano feche 2023 em 3,2%, uma leve aceleração em relação aos 3,1% registrados no mês anterior.

"Apesar de o Fomc (comitê de política monetária) não colocar muito peso em apenas um indicador mensal, um número acima das projeções deverá ser interpretado pelo mercado como um sinal de que os cortes de juros só terão início a partir do segundo trimestre" diz Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

Também para quinta, está prevista a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o principal índice de inflação do Brasil.

A projeção do mercado, segundo a Bloomberg, é que a inflação brasileira acelere a 0,50% em dezembro, acelerando ante os 0,28% registrados em novembro.

A visão do mercado, porém, é de que o indicador tem menos potencial para alterar as expectativas em torno do Banco Central, que vem sinalizando para as próximas duas reuniões de política monetária cortes de 0,50 ponto percentual da taxa básica Selic, atualmente em 11,75% ao ano.

Com Reuters

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