Por que frio atrapalha carros elétricos, as novas ameaças ao transporte marítimo e o que importa no mercado

Leia edição da newsletter FolhaMercado desta quinta-feira (18)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta quinta-feira (18). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:

Frio paralisante

A chegada do inverno rigoroso nos EUA trouxe um desafio adicional aos moradores das regiões mais geladas do país que possuem um carro elétrico.

A onda de temperaturas abaixo de zero que atinge cidades como Chicago tem deixado os motoristas na mão ao reduzir a autonomia dos veículos elétricos e atrasar o processo de carregamento das baterias –que chega a durar horas.

O problema, de fato, já acontecia em outros anos, mas agora ficou mais visível com o aumento na demanda por esses tipos de veículos. Números preliminares indicam que nunca foram vendidos tantos modelos desse tipo como em 2023.

Veículo da Tesla em eletroposto em Chicago, Illinois (EUA) - Kevin Dietsch - 17.jan.2024/ Getty Images via AFP


Por que os elétricos sofrem no frio? Por não ter um motor a combustão, os veículos consomem mais energia para aquecer suas baterias e o interior do carro em climas frios.

↳ A falta de calor também prejudica as reações químicas dentro das baterias.

↳ Na hora de "abastecer", outro problema: como o elétrico possui duas baterias –uma de baixa voltagem e uma de alta voltagem–, é preciso primeiro carregar a de baixa voltagem para só depois usar o carregador rápido para a de alta voltagem.

Em outros países gelados, os donos de elétricos se adaptaram às dificuldades geradas pelo frio.

  • Na Noruega, onde quase 1 em cada 4 veículos é elétrico, os motoristas estão acostumados a tomar algumas medidas, como pré-aquecer o carro antes de dirigir, para aumentar a eficiência.

Agentes do setor também afirmam que a tecnologia está em evolução, e esse não deve ser um problema para o futuro dos veículos sem motores a combustão.


Conflito e seca ameaçam transporte global

Dois eventos voltaram a gerar um gargalo no transporte marítimo global no começo deste ano.

↳ No Panamá, uma seca histórica baixou o nível de água e acabou restringindo para 24 o número de navios que podem passar diariamente no canal do país, que responde por cerca de 6% do comércio global.

↳ No mar Vermelho, ataques de rebeldes houthis afetam toda a rota que passa pelo canal de Suez, no Egito, com cerca de 12% do comércio mundial.

Os impactos: aumento no tempo e no custo dos transportes.

As sobretaxas cobradas por grandes empresas do setor vão de US$ 450 a US$ 1.500 para as mercadorias que antes passavam pelo mar Vermelho –e que agora são desviadas para o Cabo da Boa Esperança, no sul da África. O prazo de chegada também aumentou, para até 15 dias.

A demora dos navios para chegar a seu destino diminui a oferta de embarcações, mas nada perto do que foi visto na pandemia, quando a demanda explodiu e as dificuldades geradas pelas restrições sanitárias fizeram o preço do frete disparar.

No Brasil, os efeitos ainda são pequenos e em setores específicos, mas podem ser ampliados caso os problemas permaneçam.

O temor maior do mercado em relação ao conflito no mar Vermelho é em relação ao petróleo, mas as cotações da commodity pouco se alteraram desde que a escalada dos ataques começou, há um mês.


Argentinos cortam refeições e alimentos

Com os preços em disparada no primeiro mês do governo Javier Milei na Argentina, a população mais pobre do país tem de cortar refeições, tirar as proteínas do cardápio e se alimentar de macarrão e ensopado para driblar a fome.

A situação de diferentes famílias aparece em reportagem da correspondente da Folha no país, Júlia Barbon.

O que explica: a megadesvalorização da moeda local foi uma das primeiras medidas tomadas pelo ultraliberal após assumir o cargo, assim como o fim dos congelamentos que eram praticados pelo seu antecessor, Alberto Fernández.

Com o peso oficial mais caro e o fim da trava aos preços, o custo dos alimentos disparou, e o consumo diminuiu. A inflação, que havia fechado em 13% em novembro, dobrou para 26% no mês seguinte.



Milei já havia dito em em seu discurso de posse que "o início seria duro". Ele declarou que a situação pioraria no curto prazo e que corrigir os rumos da economia argentina exigiria "esforços supremos e sacrifícios dolorosos" da população por cerca de seis meses a um ano.

Pelas previsões dos economistas, a Argentina passará por um ano ruim de rearranjo econômico em 2024, mas já deve melhorar em 2025, com alta do PIB, escreve o colunista Vinicius Torres Freire.

A maioria da população avalia de forma positiva o início da gestão Milei, conforme pesquisa da consultora de opinião pública CB do início de janeiro.

  • 55% aprovam seu governo total ou parcialmente, enquanto 37% o reprovam;
  • 50% acreditam que a responsabilidade pela situação econômica atual é de Fernández, e 30%, do governo atual. Outros 13% acham que a culpa é dos dois.

Por falar em Milei… O presidente argentino disse no Fórum Econômico Mundial que pretende ampliar a parceria comercial com o Brasil em uma relação "adulta".


Galaxy S24 aposta em soluções de IA

A Samsung lançou nesta quarta o Galaxy S24, nova geração do modelo da fabricante sul-coreana que bate de frente com o iPhone 15, da Apple.

Entre as novidades, destaca-se a IA (inteligência artificial) embarcada nas ferramentas do celular. O aparelho teve lançamento simultâneo no Brasil (em pré-venda) e nos EUA.

Os preços: a versão de entrada custa partir de R$ 5.999 (na versão de 128 GB), o S24 Plus, a partir R$ 6.999 (256 GB), e o S24 Ultra, a partir de R$ 9.999 (256 GB) —chegando a R$ 12.999, na versão de 1 TB.

Onde a IA aparece no S24:

  • Transcrição e tradução simultânea de áudios que funciona em 13 idiomas –entre eles o português;
  • "Edição mágica", que permite apagar sombras e reflexos de fotos e vídeos com um clique;
  • Correção da falta de luz em fotografias e vídeos noturnos;
  • Criação de figurinhas a partir de fotos;
  • Opção de circular elementos de imagens para buscá-los na internet.

As ferramentas foram desenvolvidas em parceria com o Google, e o S24 ainda vem com um processador dedicado à IA para que as soluções funcionem sem travar.

Destaque da versão anterior, a câmera principal de 200 megapixels permanece no Galaxy S24 Ultra, acompanhada de duas teleobjetivas —uma de 50 MP e outra de 10 MP— e uma ultrawide de 12 MP. A câmara frontal tem 12 MP.

O S24 e o S24 Plus não têm a câmera de 200 MP, apenas as outras três, além da frontal.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.